Lazer_turismo_e_desenvolvimento_regional_na_amazonia_legal

(rafael.frois) #1

MILAGRES, C. S. F; RODRIGUES, W; PEREZ-FRA, M. M; ARIAS, A. I. G. 123


Estadual de Planejamento e Meio Ambiente para organizar uma
política ambiental para o Estado e, no mesmo ano, instaura o polo
turístico do Jalapão.
Segundo Chagas (2007), essa exploração turística do Jalapão
não foi uma iniciativa espontânea da população, que percebeu na
biodiversidade local uma forma de obter recursos financeiros, mas
sim do governo estadual e de alguns agentes privados que viram no
turismo uma estratégia de negócio para a região e, portanto, era
necessário investir em estrutura para o seu funcionamento. Nessa
época uma reportagem veiculada pela Rede Globo de Televisão, a
pedido do mesmo governo, colocou o Jalapão na mídia brasileira e
foi responsável, por consequência, pela intensificação do turismo de
aventura na região e destacou o artesanato feito de capim.
Outro elemento de destaque para o Jalapão foi o convênio
firmado entre o estado do Tocantins e o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) para a execução de uma cooperação
técnica não reembolsável, um subsídio concedido como doação para
financiar atividades diversas com base num projeto que implicou até
2004 o montante de US$ 1,3 milhão, dos quais US$ 750 mil seriam
aporte do Fundo Especial do Japão do BID e US$ 587 mil do estado.
A concepção do programa foi baseada, sobretudo, em estabelecer
uma infraestrutura nas unidades de conservação de modo que o
controle e monitoramento dessas áreas fossem privilegiados e, ao
mesmo tempo, promovesse o ecoturismo. No início a comunidade
teve resistência em aderir às ações propostas pelo programa, o que
pode ser explicado por não os envolver no controle e atribuído esse
papel de implementação apenas ao governo estadual.
É importante, destacar que as UCs que foram criadas na região
do Jalapão não levaram em consideração a comunidade tradicional
que mora e faz uso e manejo dos recursos naturais. O discurso
utilizado na época é que o Jalapão era coberto de áreas vazias. Num
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