Lazer_turismo_e_desenvolvimento_regional_na_amazonia_legal

(rafael.frois) #1
FONSECA, B. C; SANTOS, F. R; OLIVEIRA, D. C. 161

INTRODUÇÃO


Ao longo da história o bem-estar da humanidade sempre
esteve condicionado ao domínio do homem sobre a natureza
impondo invariavelmente um fator sine qua non, sobretudo a partir
da emergência das sociedades industriais que buscaram enfatizar a

produção capitalista e a apropriação dos recursos naturais em sua
função. Destarte, foi possível verificar que a materialização dos anseios

e dos desejos do homem moderno perpassa pelo uso da energia,
sendo um dos fatores-chave do processo de desenvolvimento,
ou seja, a produção de energia passa a constituir algo essencial na
modernidade culminando em uma pressão para que a geração seja

potencializada em diversos setores da sociedade.
No Brasil, a partir da década de 1960, a construção de
Usinas Hidrelétricas de Energia (UHEs) e de Pequenas Centrais

Hidrelétricas (PCHs) já deslocaram compulsoriamente mais de
200 mil famílias ribeirinhas e ocasionaram a inundação de uma
área de, aproximadamente, 34.000 km^2 de terras para a formação
de reservatórios (BERMANN, 2007). Estes deslocamentos têm
alterado os antigos modos de vida das comunidades ribeirinhas e
comprometido a reprodução social dessas famílias no “novo lugar”,
haja vista que, via de regra, dependiam da ligação que tinham com a

terra e com o rio para sobreviverem.
Neste contexto se inserem os grandes projetos de exploração
hídrica na Amazônia Legal, especialmente na região do médio Rio
Tocantins que tem imposto dilemas socioambientais agudos. De um
lado, há uma política energética em curso, pensada num contexto mais
amplo de desenvolvimento econômico do país. Conforme dados do
Plano Nacional de Energia Elétrica (1987-2010) foram projetadas 68
barragens na Amazônia brasileira tendo por consequência uma área

Free download pdf