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(rafael.frois) #1

176 ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA E RESISTÊNCIA: ...


legitimidade (ou não) da expulsão das famílias cumpre dois papéis, a
priori: o de tornar familiar um processo estranho e o de polemizar a
questão, tornando os fatos mais atraentes para a audiência que, via de
regra, não participa do dia a dia daquele universo. Tornar algo estranho

em algo sensível para aqueles que estão de fora do problema pode

ser fator preponderante para o modelamento das representações.

Isto se dá porque toda a construção de uma representação é munida
de alguma intencionalidade, baseada em valores e ideologia daqueles

que a projetam.

É importante ressaltar que esse trabalho não teve por intenção

a exegese do tema, mas de contribuir com o debate público que

circundou sobre uma questão tão delicada que foi a expulsão das
famílias assentadas em Ilha Verde. Não estamos no papel da audiência
comum, haja vista que participamos de trabalhos de campo no
Assentamento, o que pode trazer pontos positivos para análise,

assim como pontos negativos. Todavia, o fato é que quem teve a

oportunidade de visitar as famílias e de tentar compreender de perto
o projeto de resistência percebeu que a complexidade do fenômeno

transcende em muito a capacidade de representação que a imprensa

teve no caso.


REFERÊNCIAS


ALEXANDRE, M. O papel da mídia na difusão das representações
sociais. Revista Comum, Rio de Janeiro, v. 6, n. 17, 2001.


ALEXANDRE, M. Representação Social: Uma Genealogia do
Conceito. Revista Comum, Rio de Janeiro, v. 10, n. 23, 2004.


ARRUDA, A. Teoria das Representações Sociais e Teorias de Gênero.

Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 117, 2002.

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