Lazer_turismo_e_desenvolvimento_regional_na_amazonia_legal

(rafael.frois) #1
TUPINAMBÁ, K. R; GONÇALVES, K. C; CHAVES, A. B 25

Neste trabalho, foram utilizados dois roteiros de entrevistas, o
primeiro voltado aos organizadores do Festejo da Abolição, e outro
voltado aos Mestres (Griô) das representações culturais apresentadas

no Festejo.
É interessante ponderar o desafio que representou o trabalho de
campo, a medida em que o autor observador do Festejo é membro
da comunidade quilombola. Todavia, houve a busca da imparcialidade
exigida, tendo o foco em posicionar-se como um auxiliador do
processo para não interferir nos resultados da observação. Portanto,
para Velho (1987, p.127) “o pesquisador membro da sociedade,
deve colocar em questão o lugar de suas possibilidades e relativizá-
las ou transcendê-las, a fim da coleta de informações ser imparcial,
seguindo os critérios de uma boa pesquisa”.
Neste contexto essa pesquisa vem propiciar novas possibilidades
de leituras e articulações para a comunidade e os participantes

do Festejo, ao olhar sobre a ótica do patrimônio permite novos
horizontes.


3.PATRIMÔNIO IMATERIAL & COMUNIDADES QUILOMBOLAS


As representações culturais de uma comunidade ou nação

são traduzidas pelos seus hábitos e costumes. Neste sentido,
compreende-se que a cultura imaterial faz parte da identidade dos
grupos sociais sendo transmitida entre gerações, logo para valorizar o

patrimônio intangível se faz premente conhecer a história dos povos,
suas relações com a natureza e formas de produzir a vida. (ELITA,

2013)
Neste paradigma, a partir da Constituição Federal de 1988
(BRASIL, 1988), torna-se reconhecida a relevância de se resguardar
os bens de natureza material e imaterial, ficando ambos reconhecidos

como “patrimônio cultural” pelo artigo 216:

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