TUPINAMBÁ, K. R; GONÇALVES, K. C; CHAVES, A. B 35
da comunidade do seu próprio acervo cultural, atentando para que,
“[...] é tempo de consolidar entre nós a prática da interpretação do
patrimônio para propiciar o desenvolvimento cultural das comunidades
e fortalecer o turismo sustentável [...]” (MURTA; ALBANO, 2002,
p. 11).
Neste contexto o Festejo da Abolição constitui-se de muitos
elementos que são fundamentais para uma proposta a ser dialogada
com a comunidade para se estabelecer o levantamento, o registro e
a salvaguarda deste patrimônio imaterial da Comunidade Quilombola
Dona Juscelina em Muricilândia (TO).
- APRESENTANDO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Com base nas informações coletadas em pesquisa de campo,
conclui-se que em torno do Festejo da Abolição se desenvolveu
um fluxo turístico crescente motivado principalmente em presenciar
as manifestações culturais que demarcam a identidade desse povo
quilombola. Em decorrência desta característica do Festejo da
Abolição, que se evidenciou o potencial da comunidade para o
desenvolvimento do turismo cultural desatrelado a sazonalidade do
Festejo, e concomitantemente se cogitou a possibilidade de se iniciar
uma discussão em torno de um turismo sustentável e participativo in
loco.
Todavia, o maior obstáculo para o desenvolvimento desta
premissa de ampliação turística, está em disseminar a consciência de
cooperação em torno de construção coletiva na comunidade, pois
embora os Mestres (Griôs) e organizadores do Festejo da Abolição,
afirmem que a maior parte da comunidade se sente quilombola, na
observação empírica detectou-se que existe uma parte da comunidade
que se auto intitula quilombola apenas para obter benefícios. Desta
feita, para que o turismo cultural tivesse chance de ser ampliado além