Lazer_turismo_e_desenvolvimento_regional_na_amazonia_legal

(rafael.frois) #1
TEIXEIRA, T. M; CRUZ, M. S. 75

essa atividade e, ressalta-se que a maioria dos moradores locais é

profissionalmente reconhecida como artesã.
Desde os primórdios da chegada dos Omágua/Kambeba no
rio Cueiras, a produção do artesanato apontou a possibilidade da
consolidação desse povo nesse novo território. Desde então, passou
a representar a essência desse grupo étnico tornando-se, assim, uma
das suas principais características. Ademais, a comercialização dos
artesanatos movimenta a economia na comunidade contribuindo,
assim, diretamente com a prática do turismo.


4.1 A ROUPA KAMBEBA COMO SUA MARCA IDENTITÁRIA


Desde o período colonial os Omágua/Kambeba despertaram
a curiosidade dos colonizadores por ser um grupo diferente dos
outros, eram bem populosos e apresentavam uma certa organização
social, considerada pelos exploradores como um dos grupos mais
avançados comparados aos demais que haviam encontrado, além

disso, o fato de apresentarem vestimentas também os diferenciava
diante do cenário geralmente registrado pelos cronistas quinhentistas

(MACIEL, 2007).
Nesse sentindo, analisando a trajetória histórica e os relatos dos
Omágua/Kambeba é possível notar que essas roupas, historicamente
descritas pelos cronistas, são consideradas a marca identitária do seu
povo, ou seja, uma característica peculiar que os remete a sua própria

identidade.
Tradicionalmente a roupa Kambeba, camisa e bermuda, é
confeccionada pela matriarca da comunidade junto aos seus netos.
Possui um tecido diferenciado e apresenta o grafismo específico

desse povo. Assim como o artesanato, a roupa Kambeba passou a
ser um produto de referência local e potencializador de renda para
a comunidade. Ressalta-se que essa forma de aproveitamento das

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