MILAGRES, C. S. F; RODRIGUES, W; PEREZ-FRA, M. M; ARIAS, A. I. G. 119
ao meio ambiente, pois desde o seu plano de governo apresenta-
se o desprezo pelas questões ambientais. Ademais, o governo tem
apoio de bancadas suprapartidárias fundamentalistas do Parlamento,
que costumam votar contra os projetos conservacionistas. Ou seja,
será um governo provocador do êxodo rural de agricultores familiares
e de aumento nos desmatamentos da Amazônia (CUNHA, 2019),
esse impacto também poderá trazer transtornos para a região da
Amazônia legal e, consequentemente para o bioma cerrado.
Enfim, a trajetória do desenvolvimento no país não perpassa
um único caminho, ela é um fenômeno social, que está relacionado
ao comportamento da sociedade. Parece que, por parte de
quem implementa políticas governamentais, há uma dificuldade
de compreender a natureza subjetiva, axiológica e complexa do
desenvolvimento, o que leva a “coisificar” o conceito em torno de
objetos materiais (indústria, escolas, rodovias, hospitais, áreas de
cultivo etc.), e raras vezes não se admite que o que interessa é a
mudança e melhorar as situações e os processos (BOISIER, 1999).
Ademais, é necessário que a sociedade civil esteja contemplada
nessa dinâmica de desenvolvimento e na elaboração das estratégias,
identificando não só os problemas e fragilidades que tornam as
comunidades vulneráveis, mas também reconhecer os dilemas que
limitam a construção e execução de projetos que contribuem com o
desenvolvimento regional. No tópico a seguir, apresentamos a uma
região tida como ecológica e os versos e reversos dessa transformação
que colocou a população jalapoeira as margens dos processos de
desenvolvimento.- A (TRANS)FORMAÇÃO DE UMA REGIÃO ECOLÓGICA: O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO JALAPÃO
Antes de mais nada, o Jalapão não é um lugar vazio. A afirmação