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RESUMO
Ao apresentar este texto, assumimos o compromisso e o sentido,
tão político quanto acadêmico, de compartilhar processos de
descolonizar histórias e conhecimentos. Buscamos, também,
descolonizar nossos olhares e percepções, abrindo-nos a outros
modos/mundos possíveis de ser(mos) e viver(mos). Movemo-nos
em diálogo com outras pessoas, contextos e grupos sociais, ainda que
constituídos em uma mentalidade moderna-ocidental, desafiando-
nos o objetivo de aprender com os modos de vida do povo Akwẽ-
Xerente. Por meio de pesquisa bibliográfica e de campo, com uma
inspiração etnográfica, indagamos a maneira de habitar o mundo do
povo Akwẽ-Xerente, suas relações com o místico, com a natureza,
com a família e a comunidade; compreendendo o “bem viver” que
emerge de suas práticas, e que se revela como jogo, como brincar.
Desta forma encontramos na caça às tanajuras, no banho no rio,
nas rodas do artesanato, na corrida de tora, no arco e flecha, nas
corridas de resistência, no cabo de força e no futebol, transitam entre
a liberdade e a obrigação, compartilham saberes que sustentam
sua resistência e lutas cotidianas. Concluímos que, na centralidade
das práticas culturais do povo Akwẽ-Xerente, podemos aprender
com seus processos de organização e percepção do social e, com
isso, interpelar outras possibilidades e sentidos possíveis para o que
nomeamos e experimentamos como Lazer..
Palavras chaves: Povo Akwẽ-Xerente, Descolonização, Educação,
Lazer.