Lazer_turismo_e_desenvolvimento_regional_na_amazonia_legal

(rafael.frois) #1
TEIXEIRA, T. M; CRUZ, M. S. 81

Entretanto, vivendo um momento de pandemia, seguindo as
recomendações das autoridades mundiais da saúde de isolamento
social e de prevenção a vida, a comunidade se deparou com uma
questão ainda mais desafiadora: a segurança do seu povo diante do
contato promovido pelo turismo com atores sociais externos.
Diante dessa situação, a comunidade se reuniu para discutir o atual
panorama da crise que desestabilizou a comunidade. As lideranças
locais enfatizaram a importância econômica da atividade turística e
propuseram refletir a atuação da gestão e controle do turismo em
parceria com as empresas que ajudam promover essa prática. Com

isso, planejam formalizar os contratos, solicitar participação direta no
planejamento e mais apoio para a estrutura e infraestrutura local.
Essa questão é exemplificada na fala de um dos representantes
da comunidade o professor Tomé Cruz, “Temos que rever nosso

modo de se organizar. Qual a nossa posição com as empresas! Se são
aliados, parceiros? Ou nos trata apenas uma atração de marketing?
Com essas questões se torna claro a urgência de criação de um
protocolo do povo Kambeba”. Nessa mesma direção o tuxaua
Valdemir da Silva embora assinale também sua preocupação adverte
que “rever nossas parcerias é importante, mas tem que ser de forma

cautelosa, sem prejudicar as partes, pois todos sofremos com a
pandemia. Não adianta colocarmos muitas condições e perdermos

as parcerias!”.^15
Com base nessas questões defendidas por essas lideranças,

nota-se o desafio para a construção de uma prática turística sólida que

satisfaça os interesses socioeconômicos de todos os atores sociais
envolvidos nessa atividade.
Nesse sentido, entendemos que o despertar para os desafios

da autonomia revelou a inconsistência da autoafirmação como uma


(^15) Essas considerações foram registradas durante a realização da reunião comunitária

no dia 23 de maio de 2020.

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