Aldirene: Você retrata
estereótipos de gênero em:
"Tem princesa que..." e "Tem
herói que..." Eles foram
inspiradosemseusfilhos?
Daniela: Na verdade foram inspirados
em alguns amigos dos meus filhos.
Observavaosofrimentodessascrianças
e a angústia dos seus pais, o que me
levou a desenvolver as histórias. Em
nossa sociedade existe o estereótipo
femininoquedizqueamulhertemque
gostardeballet,brincardeboneca,usar
vestido, usar rosa, etc. E o masculino
colocaqueohomemtemquegostarde
futebol, brincar de carrinho, usar
espada,etc.Oproblemaéquenemtoda
menina e menino se encaixam nestes
perfis e, por esse motivo, acabam
recebendo uma cobrança pesada por
partedaquelesqueestãoasuavolta,o
que faz com que a criança se perceba
como anormal, alguém que carrega
algum defeito. Ela pensa: "Meninos
gostam de futebol, mas eu não gosto.
Será que eu sou um menino errado?
Será que eu sou um menino?" Então,
através decomentáriosaparentemente
inofensivos, plantamos na cabeça das
criançasumadúvidadesnecessária,que
acaba gerando uma angústia e, muitas
vezes,causandotraumasimportantes.