Nesse sentido, o tema inclusão se
encaixa nas duas propostas, pois
pessoas com deficiência sofreram
historicamente com o preconceito
(eram mortas, presas ou torturadas
por causa da sua deficiência) e,
atualmente,aindasofremcomo“pré-
conceito”. Os dois livros são ótimas
ferramentas para levantarmos e
discutirmos essas questões em casa
ouemsaladeaula.
Aldirene: Seus filhos são grandes
leitoreseoAndrépublicouumlivro
infantil recentemente. Como se
sentiu ao ver que seu trabalho o
inspirou a se aventurar na
literatura? Podemos aguardar um
projetoliterárioescritopelasmãos
da Raquel ou ela prefere os
bastidores?
Daniela:Foi muito interessante essa
experiência! Apesar da mãe ser
escritora e do pai trabalhar com o
universo editorial, nunca
incentivamos as crianças a
escreveremseuspróprioslivros.Eles
sempretiveramcontatocom livrose
histórias, desde o berço,e acho que
esse foi um aspecto que tornou a
literatura parte da identidade deles,
mas não imaginava que um dia um
delesseinteressariaemescreveruma
história(esendoaindatãonovo!)Na
época que escreveu o livro, o André
estavacom 9 anosdeidade,agorajá
está com 11. Ele escreveu toda a
história e montou o livro longe dos
nossos olhos, dentro do quarto com
uma placa na porta escrito "não
entre!" Após um mês de trabalho,
trouxe o livro játodo montado,com
capa, contracapa, sinopse, biografia
do autor e tudo mais. Achamos
incrível a iniciativa e decidimos
publicar. Levamos todo o processo
comoumagrandebrincadeira,afinal,
ele é apenas uma criança. O André
curtiudemaise,cercadedoismeses
depois da publicação, ele já estava
com a continuação do livro toda
escrita, acredita? Ainda não
publicamos.