VOO LIVRE REVISTA LITERÁRIA - EDIÇÃO DE JUNHO - Nº 11

(MARINA MARINO) #1
E se é verdade que ninguém

sabia da real intenção de Éverton,


também é exato afirmar que todos


torceram o nariz para esse tipo de


agrado.


Paulo pôs o presente sobre a

mesa de centro, e ficou mudo e


imóvel poralguns segundos,comoa


tentarreaprumar-se.


E depois de enfatizar que o

pássaroeranegro,queforacomprado


no exterior, eque tinha sidotrazido


pelomar,oanfitriãodissequeaúnica


maneiracom quepoderiaexprimiro


seu contentamento seria por meio


destes conhecidos e clamorosos


versos:


Com exceção de Éverton, que
permaneceu sentado e sem nada
entender, todos ficaram de pé e
aplaudiramcomentusiasmoaúltima
estrofedeOnavionegreiro.–Mesmo
envergonhada, Cristina preferiu o
bradoaonamorado.
EcomoamensagemdeCastro
Alves tinha sido apreendida pela
maioria, o sarau teve que ser
interrompido para que o Pássaro
Pretoganhassealiberdade.

“Fatalidade atroz que a mente
esmaga!
Extinguenestahoraobrigueimundo
OtrilhoqueColomboabriunasvagas,
Comoumírisnopélagoprofundo!
Mas é infâmia demais!... Da etérea
plaga
Levantai-vos,heróisdoNovoMundo!
Andrada! arranca esse pendão dos
ares!
Colombo! fecha a porta dos teus
mares!”
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