A vida é
uma bolaOKINAWA,
JAPÃO
LONGEVIDADE
EM NÚMEROS
Os homens vivem,
em média, 84 anos;
as mulheres, 90.
O QUE ELES COMEM
Sopa de missô,
tofu, batata-doce
e verduras salteadas
com porções
pequenas de
macarrão ou arroz
integral. Cogumelos
shitake, que
turbinam a
imunidade, estão
entre os melhores
superalimentos.
A bebida favorita
é um chá verde
com flores de jasmim
e cúrcuma.
GANHOS EM
BEM-ESTAR
“Hara hachi bu”: uma
intenção pré-jantar
de parar de comer
quando se está
80% satisfeito.
E “yuimara”: um
sentido de obrigação
social que faz com
que as mulheres
formem pequenos
grupos muito
unidos que
duram toda
a vida e que
vizinhos
conversem
entre si
diariamente.Um céu alaranjado se funde
com as águas azul-turquesa
que colidem com a costa
íngreme, e a brisa carrega
consigo um coquetel
aromático de madeira,
peônias e ciprestes. A
paisagem sonora poderia vir
de um app de meditação, se
não fosse pelo cacarejar das
galinhas e o relinchar dos
burros. Para Thea Pakiros,
dona de um hotel e de um
restaurante, essas vistas e
esses sons são o pano de
fundo de seus passeios de fim
de tarde em Nas, uma região
costeira de Ikaria, na Grécia,
a ilha que é seu lar. O que
chama a atenção no lugar
não é apenas a paisagem
que faz dele um destino
de “instagrammers”.
Ele também é assunto
nos círculos acadêmicos.
Ikaria é uma “zona
azul” – um dos cinco
destinos globais com
uma concentração
desproporcional de pessoas
centenárias –, o que é uma
prova significativa para os
cientistas que estão tentando
descobrir se viver uma vida
longa e saudável pode ser
simplificado a uma equação
de estilo de vida. Unindo-se à
Ikaria, estão a região de
Okinawa, no Japão, a
península de Nicoya, na
Costa Rica, a cidade de Loma
Linda, na Califórnia (EUA), e
a ilha de Sardenha, na Itália.
O termo “zona azul” foi
criado em 2004 pelo
cientista Gianni Pes em sua
pesquisa sobre a ilha italiana
citada anteriormente,
publicada na revista
científica Experimental
Gerontology. Nos anos
seguintes, acadêmicos
analisaram os padrões
alimentares, as dinâmicas
relacionais e as convenções
sociais dessas populações,
tentando deduzir uma
fórmula para envelhecer
com saúde.
“Os habitantes desses
lugares não estão apenas
vivendo, digamos, 12 anos
a mais”, diz Dan Buettner,
um jornalista norte-
americano que tem dedicado
sua carreira ao estudo
da longevidade e é autor
da série de livros Blue Zones
[As Zonas Azuis, em tradução
livre]. “Biologicamente
falando, eles são uma década
mais jovens em todas as
etapas do caminho.” O que
se deve a elevados níveis
de energia e a um sentido de
vitalidade com os quais até
mesmo os mais preocupados
com o bem-estar podem
apenas sonhar.82 WOMEN’S HEALTH / Julho 2019
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