Respiração
A respiração dos mamíferos é exclusivamente pulmo-
nar. Constituídos por alvéolos, os pulmões oferecem gran-
de superfície para a troca de gases. Junto com o coração,
esses órgãos enchem praticamente toda a cavidade torácica.
O ar entra pelas narinas e passa pela traquéia, segue
pela laringe e depois pelos brônquios, que vão se ramifi-
cando em tubos cada vez menores até chegar às finíssimas
paredes dos alvéolos, onde ocorre a oxigenação do sangue.
O ar é empurrado para dentro dos pulmões por
movimentos respiratórios produzidos pela contração e
relaxamento do diafragma – músculo que separa a caixa
torácica do abdôme – e dos músculos intercostais (que
unem as costelas).
Alimentação e excreção
O sistema digestivo dos mamíferos é praticamente
igual ao de outros vertebrados. Os lábios e a cavidade bucal
têm revestimentos mucosos e a língua é muscular e flexível,
dotada de sensores gustativos na face superior. Já as glându-
las salivares são uma característica apenas dessa classe.
Da boca, segue a faringe, cavidade onde se cruzam
as vias respiratórias e digestivas. Anterior a ela e atrás da
língua, fica a glote, que fecha o caminho do ar quando o
alimento passa. Da faringe, o tubo muscular do esôfago
corre ao longo da coluna vertebral, atravessa o diafragma
e abre-se no estômago.
O intestino é curto nas espécies que consomem ali-
mentos concentrados, como insetos, e longo nas que se
alimentam de capim e de outros vegetais.
Muito diferente dos demais mamíferos é o aparelho
digestivo dos ruminantes. O estômago desses animais é
constituído de várias câmaras, e a digestão é auxiliada
pela ação de microorganismos.
Depois de pastar e encher a primeira câmara do es-
tômago com capim, rapidamente mastigado, o animal
procura um lugar tranquilo onde irá regurgitar o alimen-
to e ingeri-lo novamente, desta vez, mastigando com
mais cuidado. Essa segunda ingestão segue para outras
câmaras e a digestão completa se dá com a participação
de microorganismos existentes no estômago do rumi-
nante, verdadeiros agentes da digestão.
O comportamento alimentar dos mamíferos ainda
não é muito conhecido. A maioria das espécies é adaptada
a um certo tipo de alimentação, geralmente não exclusi-
va, exceto em alguns casos de dietas extremamente estritas.
Um deles é o coala, que se alimenta somente de folhas de
eucalipto e apenas de determinadas espécies da planta.
Diferentemente dos répteis e das aves, os mamíferos
excretam principalmente uréia. Um sistema complexo
com dois rins retira do sangue água e várias outras subs-
tâncias originadas do metabolismo celular formando a
urina, que é armazenada na bexiga. Um volume conside-
rável de água é requerido nesse processo de eliminação da
uréia, que possui alto nível tóxico. Porém, cerca de 99%
dessa água é reabsorvida, depois, nos túbulos renais.
Sistema nervoso e sentidos
Associados aos padrões de locomoção, os sistemas
nervoso e sensorial dos mamíferos são igualmente com-
plexos, e isso é denotado pelo enorme tamanho do cére-
bro dessa classe, comparado ao de outros animais.
Sentidos
Um dos sentidos mais apurados em boa parte dos
mamíferos é o olfato. Os bulbos e os lobos olfativos
constituem grande parte do cérebro de alguns insetívoros
e são relativamente desenvolvidos em carnívoros e roedo-
res. Já em outros animais, como as baleias, por exemplo,
esse sentido é pouco desenvolvido. Nos golfinhos, chega
a ser ausente.
A audição também é bem desenvolvida, e nenhum
outro vertebrado depende tanto dela quanto os mamí-
feros. Cerca de 20% dos animais dessa classe utilizam o
ouvido como meio principal de orientação.Uma caracte-
rística exclusiva dos mamíferos é a existência de pavilhão
externo, a orelha.
A visão, na maioria das espécies, não lhes possibilita
nem distinguir as cores e os detalhes. Apenas o homem e
alguns tipos de primatas têm visão extremamente desen-
volvida, perdendo apenas para determinadas aves. Car-
nívoros e ungulados (cavalos, veados etc) também têm
a visão bastante desenvolvida, adaptadas aos seus modos
de vida. Os primeiros não podem perder as presas, às
vezes pequenas, de vista durante a caçada, e os segundos
têm de conseguir perceber e distinguir predarores à dis-
tância, por viverem em campo aberto.
Alguns mamíferos, como os morcegos, baleias e
golfinhos, utilizam a ecolocalização para se orienta-
rem. Emitem ultra-sons e percebem os objetos à sua
volta pelo eco.
Quanto ao tato, os mamíferos distinguem-se em
dois aspectos. O primeiro é a capacidade de sentir pe-
quenos movimentos junto à pele, em áreas cobertas de
pelos. Esse tipo de sensibilidade atinge o grau máximo
nas vibrissas – pelos longos e duros que se encontram na
Guia de Animais Brasileiros - 11
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