ficativo e, infelizmente,
para a decepção de um
grande número de pessoas, a
extinção de vários animais não
terá uma consequência imediata
na vida humana e, muitas vezes, nem
mesmo em seus ambientes, declara Bor-
ges. “Digo decepção, pois, para essas pesso-
as, a conservação desses animais é importante
somente para manter o ecossistema do local onde
vivem, e não por tratar-se de um ser que é importan-
te pelo simples fato de existir. Isso é preservar”.
A conservação da fauna brasileira depende da
conscientização humana, e há diversas formas de cada um
fazer a sua parte. “As pessoas podem ajudar não comprando ani-
mais silvestres, denunciando traficantes, entrando em contato com
o Ibama, participando ou contribuindo com organizações de proteção
ambiental, além de demonstrar, aos amigos e à família, a importância do
respeito com os animais”, alerta o especialista. E, pior do que o comércio
ilegal, é saber que quem vende animais silvestres possui interesses específicos:
lucro e dinheiro fácil. Segundo Borges, a ganância fica acima da extinção das espé-
cies e do sofrimento do bicho capturado.
Mas, obviamente, se há venda é porque há compra e, de alguma forma, o tráfico
continua tendo motivos diversos: experimentos científicos, posse de uma espécie rara e até
mesmo a intenção “boa” de querer cuidar de um animal simpático ou bonito. O que não se pode
esquecer é que esse animal, antes de chegar à casa do dono, passa por grandes sofrimentos.
Portanto, seja qual for o desejo do comprador, espera-se que haja consciência do problema
que está sendo causado, já que, quando se trata de mamíferos silvestres exóticos, a lesgislação só os protege
em caso de maus tratos e, ainda, assim, segundo Borges, o Brasil não possui uma lei específica que permita
com que o Ibama atue plenamente em circos, por exemplo. Já, para a introdução de espécies exóticas no País, a
lesgislação está em vigor desde 1967 e qualquer operação não autorizada pelo órgão competente, está sujeita a pe-
80 - Guia de Animais Brasileiros
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