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Quartos esconsos, senhorios chatos e
controladores, pagamento de rendas
sem recibos - tudo isso está mais
perto de acabar. Os estudantes uni-
versitários nacionais e estrangeiros
a estudar em Portugal vão começar
finalmente a ter oferta condigna para
habitar, pois o mercado vai literal-
mente ser inundado por centenas de
apartamentos novos, com espaços
comuns· aprimorados onde não faltam
lavandaria, biblioteca, salas multimé-
dia e até ginásio e piscina integrados
em alguns dos edifícios. Um refor-
ço da oferta que a curto prazo fará
baixar os preços praticados, dizem
os especialistas ouvidos pela VISÃO
Imobiliário.
Os projetas de residências univer-
sitárias estão a nascer em todo o lado
com os fundos de investimento estran-
geiros mais atentos do que nunca ao
inexplorado mercado nacional, ainda
dominado pela inf()rmalidade dos
particulares. Ingleses, franceses e aus-
tríacos, entre outras nacionalidades, já
cá estão com obras a decorrer. Outros
- como os norte-americanos da Grey-
star, o segundo maior operador dos
Estados Unidos da América (país que
lidera a nível mundial o mercado das
residências universitárias), com inves-
timentos na ordem dos 4 mil milhões
de euros só em território americano,
e os ingleses da GSA (Global Student
Accommodation Group), presente
74 VISÃO 27 JUNHO 2019
em 33 cidades (e com uma gestão que
se vai aproximar das 250 mil camas
em 2025) - preparam-se para entrar
em grande, a médio prazo, apostando
em construir edifícios com escala para
acolher mais de duas mil camas.
"Não há dúvida de que os investi-
dores alargaram o espetro e hoje estão
mais dispostos a correr o risco da
COMO
AUMENTO_DA
CONCORRENCIA,
OS PREÇOS
DEVERÃO
DESCER,
ACREDITAM OS
ESPECIALISTAS
SMART STUDIOS
A GRANDE EXPANSAO
A Smart Studios, liderada
por Ricardo Kendall, tem
atualmente 170 apartamentos
distribuídos por cinco edifícios
(Laranjeiras, Campolide,
Alcântara, Ajuda e Coimbra)
mas o seu portefólio vai
aumentar significativamente
nos próximos três anos, com
um investimento total de 125
milhões de euros. Residências
universitárias exclusivas
ou em registo misto, com
o conceito coliving, irão abrir
em Carcavelos, Porto, Santa
Apolónia (foto maior) e Alta
de Lisboa. A necessidade
de expansão levou a empresa
a vender 45 % da sociedade
ao fundo LX Partners.