Visão 1373 [27-06-2019]

(claudioch) #1

operação, avançando para a promoção
de raiz e a reabilitação de edifícios
para este mercado", explica Cristina
Arouca, diretora do departamento
de consulto ria da CBRE, dando como
exemplos, entre outros, os projetas
dos belgas da Xior ou dos franceses
da Odalys.
Quanto aos preços, a responsável
não tem dúvidas: "Nos próximos dois
anos, os preços ainda se manterão
altos, mas a partir daí a tendência
será para a redução. A necessidade
existe, os estudantes arrendam casas
por todo o lado, mas preferem segu-
ramente estar numa residência uni-
versitária do que num quarto numa
casa privada."


GANHAR EM QUALIDADE
Ricardo Kendall, CEO da Smart Stu-
dios, empresa com 45 % de capital
estrangeiro, fala mesmo de uma re-
volução que já está a acontecer no
mercado e que em breve se tornará
ainda mais visível. "A realidade de hoje


é bem diferente do que será dentro de
dois ou três anos, quando estes grandes
operadores entrarem no nosso merca-
do. Só a GSA acabou de comprar mais
oito mil camas em Espanha e quer vir
para cá", diz o empresário, que reuniu
recentemente com os responsáveis
dos dois grupos que aqui vieram em
prospeção de mercado.
Certo é que nos próximos três anos
vão surgir cinco mil novas camas em
residências universitárias, a maioria
concentradas nas áreas metropolita-
nas de Lisboa e do Porto. Algumas vão
abrir portas já em setembro, a tempo
do próximo ano letivo.
Cyril Jessua, CEO da Uniplaces,
plataforma online para alojamento
de estudantes universitários (ver info-
grafia com preços médios por zonas),
destaca outro pormenor: "Isto vai ser
positivo para os estudantes porque,
graças a estas novas residências, algu-
mas até com acabamentos de luxo, os -
pequenos proprietários serão obriga-
dos a adaptar-se à concorrência. Aliás,

já estamos a ver muitos apartamentos
a passarem por obras, a serem renova-
dos e a levarem uma nova decoração.
Todo o mercado, mesmo o assegurado
pelos particulares, vai ganhar em qua-
lidade." E a competição, reforça, vai
tornar-se "mais ~ressiva nos preços
para quem quiser manter o seu ne-
gócio e irá certamente beneficiar os
estudantes".
Para já, "o corrupio dos inves-
tidores nacionais e internacionais
está muito centrado em Lisboa e no
Porto, mas outras cidades como Bra-
ga, Évora e Coimbra estão no radar
para este tipo de negócio", diz Maria
Empis, diretora do departamento de
consultaria e pesquisa da JLL, adian-
tando que, só nos primeiros cinco
meses deste ano, a empresa somou
dez novos projetas de consultaria
estratégica para fundos interessados
neste tipo de investimento. Um fluxo
que não irá parar.

NOVOS PROJETOS DE NORTE A SUL
O campus da Nova SBE - School of
Business & Economics, localizado
frente ao Forte de São Julião da Barra,
em Carcavelos, é um caso paradigmá-
tico da capacidade de atração deste
negócio em Portugal. Edificado para
acolher 3 SOO estudantes universitá-
rios, metade dos quais estrangeiros,
começou ainda em obra a estimular
grandes movimentações no mercado,
dada a manifesta incapacidade de
acomodação da própria residência
do campus, que não vai além dos 120
quartos.
E, neste momento, bem perto da
faculdade, estão em curso três pro-
jetas de diferentes operadores. Mas
outros há em licenciamento em todo
o concelho, integrados numa política
de habitação orientada para os mais
jovens, como explica o presidente da
Câmara de Cascais. "Vamos ter mais
de 1400 unidades para os jovens, das
quais 430 de investimento público
municipal, sendo o restante assegu-
rado pelos privados", aponta Carlos
Carreiras. Uma oferta que irá surgir
nos próximos dois anos e que terá
ainda uma dupla vantagem, reforça o
autarca: "Aqui, este modelo de negócio
não se restringe a nove meses. Em
Cascais, a possibilidade de rentabili-
dade prolonga-se pelos 12 meses do
ano graças ao turismo."
Entre os projetas mais imediatos
da autarquia, está a reabilitação de
imóveis no bairro Marechal Carmona

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