Jornal de Letras, Artes e Ideias

(claudioch) #1

I8·ARTES


jornaldeletras.pt • 19 dejunho a 2 de julho de 2019 / JL


Festivais de Verão


Da Póvoa ao Terras sem Sombra


Abriu a época de festivais de música erudita. Do norte ao sul do país, do litoral ao interior, das


grandes salas aos espaços 'improvisados', música para todos os gostos, com alguns dos mais


reputados intérpretes portugueses e estrangeiros. O JL fez um 'itinerário' para as próximas


semanas, um vasto programa qué inclui espetáculos tão diversos como a estreia mundial de uma


obra de Eurico Carrapatoso ou o concerto dos norte-americanos Kronos Quartet


MANUELA PARArso

ROTAS À VOLTA DO PORTO

A já habitual programação festiva
que desde há vários anos a Casa da
Música, do Porto, tem levado para
fora das suas portas ao longo do
verão, está este ano mais con-
densada, com um menor número
de concertos, na sua maioria
pelos agrupamentos residentes. A
Orquestra Sinfónica do Porto CdM
promete serões trepidantes nas
noites de 22 de junho, no exterior
do Arrábida Shopping, e 20 de
julho, na Maia. A noite de São João
é festejada com a Banda Sinfónica
Portuguesa a atuar na Sala Suggia,
onde, no dia 29 deste mês, um
coletivo de três formações in-
clusivas, as Orquestras Energia
de Amarante, de Mirandela e de
Murça, irá apresentar novas obras
de compositores associados à
Casa da Música. Obrigatória na
programação do Verão na Casa é a
evocação de Guilhermina Suggia,
com os recitais e o concerto final
do Prémio Internacional com o
nome da violoncelista, a Maratona
de concertos do instrumento com
alunos de escolas vocacionais, a 6
de julho e, quatro dias antes, ore-
cital do conceituado violoncelista
Marc Coppey:
Em Gaia, decorre até 13 de ju-
lho o seu 262 Festival Internacional
de Música, que realiza em vários
dos seus mais belos espaços, como
o Mosteiro de Grijó, a Igreja do
Mosteiro da Serra do Pilar e o
Convento Corpus Christi, reci-
tais de música de câmara pelo
Ensemble Northern Flowers, de
São Petersburgo, da invulgar con-
junção do violoncelo com a gui-
tarra portuguesa, por Paulo Gaio
Lima e Paulo Vaz De Carvalho, e


Les Secrets des Roys atuam o Festival
de Música Antiga de Castelo Novo
(em cima); Eurico Carrapatoso: a sua
obra Unhog~m tem estrela mundial no
Festival Coros de Verão, em Lisboa

do Croatian Barroque Ensemble;
recitais de piano por Valentina
Lisitsa, com obras- primas russas,
e por Sofia Lourenço, com peças
de Vianna da Motta e de compo-
sitores do Porto romântico; um
concerto de órgão por Gerard
Doderer com o ator Luís Miguel
Cintra na leitura de trechos de
Sermões do Padre António Vieira; e
também programas que envolvem
agrupamentos do Conservatório

Superior de Música de Gaia, como
um espetáculo pelo seu Estúdio de
Ópera e um concerto com música
coral-sinfó~ca e Fauré, com
entrada livre.
Com início logo no primei-
ro dia do verão, o 452 Festival
Internacional de Música de
Espinho traz, até 20 de julho,
uma agenda diversificada, de
que se destacam a recriação pelo
Kronos Quartet, a 8 de julho,
da emblemática obra de Steve
Reich Different Trains, nos 30
anos da sua edição; o recital de
pianoforte por Andreas Staier, a
6; e o do violoncelista Alexander
Rudin e do pianista Alexander
Melnikov, que a 22 de junho criam
um programa assente em duas
sonatas para os dois instrumentos,
invulgares na produção de Chopin
e Rachmaninov. Não faltam os
costumeiros concertos orquestrais
de abertura e encerramento, pela
Orquestra Clássica de Espinho,
que no primeiro, sob direção
do maestro e violinista David
· Grimal, encetará uma viagem pelo
Romantismo tardio e no segun-
do tocará um programa invulgar
com obras para violão de sete
cordas e orquestra, do brasileiro
Yamandú Costa, que será o solista.
Pelo meio, há um concerto A
Cappella pelo agrupamento inglês
Th.e Gesualdo Six, o virtuosismo
humorístico do MozART Group
e o jazz do Lisboa String Trio, da
Orquestra de Jazz de Espinho com
Marcos Valle e dos improvisadores
Andreas Schaerer, Lucas Niggle e
Luciano Biondini.
Entre 6 e 28 de julho, o Festival
Internacional de Música da Póvoa
de Varzim oferece concertos e
recitais com nomes prestigiados,
como os pianistas Arcadi Volodos
e António Rosado, o duo de violino
e piano de Sasha Rozhdestvensky
e Vlktoria Postnikova, a Orquestra
de Câmara de Krasnoyarsk (que
fará um programa com com
música russa), a Orquestra de
Câmara Alemã e, na área da mú-
sica antiga, o Gabrieli Consort de
Paul MacCreesh e o agrupamento
de metais Sala pu tia Brass (que
viaja de Monteverdi e Gabrieli
até Duke Ellington e Takemitsu).
Destacam- se também o concerto
de um colectivo de jovens solistas
portugueses em homenagem ao
oboísta Samuel Bastos, recente-
mente falecido, e o Toy Ensemble,
ao qual foi entregue a e·streia das
obras finalistas do 122 Concurso
Internacional de Composição
agregado ao Festival, da autoria
dos compositores Rui Antunes e
Carlos Medina, que serão apre-
sentadas num programa que
inclui também peças de Alexandre
Delgado, Villa- Lobos e Kevin Puts.

PERCURSOS AO CENTRO
No n^2 Festival das Artes, que
acontecerá de 19 a 28 de julho,
em Coimbra, vão ter lugar duas
estreias absolutas: a do Concertino
de Outono, "Luz e Sombra", de
Sérgio Azevedo, pela Camerata
Atlântica, e a da versão em lingua
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