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— Feliz Ano Novo — Sam diz, entrando pela porta dos
fundos da minha casa. O Natal foi tão corrido que eu não
consegui vê-lo desde o Festival de Inverno, uma semana atrás.
Ele olha em volta, segurando um fardo enorme embaixo da
jaqueta.
— Onde está Lydia? — Ele pergunta, passando por mim para
espiar o corredor, sua cabeça virando para os dois lados.
— Ela saiu. Eu te disse — eu digo, observando-o fazer graça
disso e olhar embaixo da mesa. Fico aliviado por as coisas não
estarem estranhas.
— Certo — ele diz, abrindo a jaqueta e revelando um
engradado de cerveja. — Hora do jogo. UCLA em direção à glória.
O início foi dez minutos atrás.
Um carro passa na rua e ele rapidamente fecha a jaqueta,
esticando o pescoço para olhar para fora da janela da cozinha.
— Ela só vai voltar à noite — eu digo enquanto ele abre a
jaqueta de novo. Fico rindo quando ele abraça a cerveja contra o
peito e vai até a sala com os olhos desconfiados, examinando o
espaço.
— Você tem medo da minha mãe, cara? — Eu pergunto,
dando uma cotovelada nele.
— Quem? Da sra. L.? — ele diz, jogando-se no sofá. — Com
certeza.
Nós rimos e eu passo os canais até chegar no jogo. A UCLA
está seis pontos à frente e tentando mais um.