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— Kyle, acorda.
É a voz de Kimberly. Uma dor aguda corta minha testa, e
meus braços, minhas costas e pernas estão suadas. Eu estendo
a mão para alcançar o abajur e acendo a luz. Eu olho ao redor do
quarto e vejo uma sombra desaparecendo escada acima.
Freneticamente, eu afasto as cobertas e subo mancando a
escada o mais rápido que posso para abrir a porta.
— Kimberly! — Eu chamo por ela. — Kim.
Eu olho em volta, mas só o silêncio me responde, a escuridão
ecoando alto nos meus ouvidos.
Eu a ouvi. Senti o peso da mão dela no meu ombro. Ela
estava aqui. Eu tenho certeza.
Assim como eu tenho certeza de que isso não faz o menor
sentido.
Cambaleio pelo corredor, agarrando a parede para me apoiar
enquanto tropeço para dentro da sala e ligo a luz que revela...
Nada.
O sofá está vazio. Não há ninguém aqui.
Como um idiota, eu testo a porta da frente, girando a
maçaneta para a direita e a esquerda, mas a fechadura está
firme em seu lugar. Só então é que eu me lembro que Kim nunca
teve a chave da minha casa.
Eu solto uma respiração trêmula e apoio minha cabeça contra
a madeira gasta, minhas têmporas latejando por conta da saída
repentina da cama, a adrenalina se esvaziando em forma de