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Uma semana depois, vou ao cemitério para dizer a
Marley que não posso mais vê-la. O dia quente de outono me
guia pelas trilhas sinuosas do parque enquanto eu a procuro em
cada curva, por trás de cada árvore.
Ela provavelmente vai achar que eu sou um doido, já que
estou indo encontrá-la só para dizer que vou ignorá-la a partir de
agora. Quer dizer, o que eu vou falar? “Olha, se você encontrar
comigo no túmulo da minha namorada morta, não espere que eu
fale com você”?
Eu reviro os olhos, embora seja exatamente isso que eu vá
dizer. Porque parece que é isso que eu preciso fazer para ser
correto com Kim.
Meus pensamentos voltam para a briga com a minha mãe na
semana passada, frustração e culpa pesando no meu estômago.
Ultimamente ela tem agido como se fosse um disco
arranhado. Você precisa seguir em frente. Pare de se agarrar ao
passado.
Eu tentei falar com Sam sobre isso durante as caminhadas-
corridas que começamos a fazer toda sexta, mas não adianta.
Ele diz que é para eu não me prender ao passado e só manter a
memória dela viva. Eles estão sempre tentando me dizer o que
eu deveria fazer e como eu deveria me curar, mas sem se darem
ao trabalho de me passar detalhes úteis para fazer isso.
Respiro fundo, tentando afastar o sentimento de estar preso.
Preso em algum lugar entre Kim, Sam e minha mãe, incapaz de