Contigo! Novelas - Edição 16 (2019-07)

(Antfer) #1

Novelas ENTREVISTA




Sua mãe (Odette) morreu em março. De onde tirou
força para não perder o foco no trabalho?
Perder a mãe não dá! Principalmente uma mãe
forte, presente, que se foi com 95 anos lúcida, com
controle da família. É uma dor que talvez não passe,
mas sou grata pela vida que ela teve e por eu ter nas-
cido dela aos 44 anos. Há 52 anos quase ninguém
nascia de mães com essa idade. A minha gratidão
é maior do que minha dor. Minha dor é imensa,
mas tinha o meu trabalho, amigos, filhas postiças,
filhos verdadeiros... Todos à minha volta e ainda
com uma personagem que me ajudou a levantar.
Fazer comédia é bom por isso. Aconteceu o mesmo
com a Jaqueline, de Ti-Ti-Ti [2010], quando me
separei do Edson [Celulari]. Essas coisas te impul-
sionam. Você não deixa de viver o luto, mas a novela
e a personagem me ajudaram muito.
Pôs cacos de outras personagens suas na Lidiane?
O ‘tudo bom?’ foi uma brincadeira minha e da Tatá
Werneck, que coloquei em uma cena com o Rafa
[Rafael Vitti, marido de Tatá, que faz o João na tra-
ma] para homenageá-la. Quando falei, todo mundo
caiu na gargalhada. É algo tão meu e dela quando
a gente se encontra que não sabia que funcionaria.
Virou um bordão e nunca mais parei de falar. Onde
vou as pessoas dizem ‘tudo bom?’. Incrível porque
foi algo ingênuo da minha parte.



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