Restinga Paralela = Parallel Restinga

(Vicente Mussi-Dias) #1
Infecção peduncular do fungo Penicillium em ameixa e podridão interna do
fruto

Stem infection and internal fruit rot in plum caused by the fungus Penicillium

mento menos filamentoso e mais leveduriforme, como Saccha-
romyces cerevisiae, dentre inúmeras espécies, podem ser utili-
zadas como fermento na fabricação de alimentos como pães,
roscas, bolos, cerveja, uísque, saquê e outras bebidas.


Estes poucos exemplos são realmente para demonstrar
todo o potencial de aplicação dos fungos em benefício do ho-
mem, isso sem falar na capacidade natural de serem, na cadeia
trófica, os principais responsáveis pela ciclagem de nutrientes no
ambiente, por meio da decomposição da matéria orgânica.


Independente do tipo de fungo e dos locais onde são en-
contrados, estes organismos estão presentes em nossa mesa, ao
nosso redor, na água, no solo, no ar, associados a outros organis-
mos vivos ou não, causando doenças ou benefícios ao homem,
animais e plantas, bem como fonte de medicamentos e iguarias.
Todos estes organismos eram considerados como plantas, agru-
pados antigamente no Reino Vegetal, motivo pelo qual as regras
utilizadas para sua classificação, nomenclatura e taxonomia se-
rem as mesmas aplicadas aos vegetais, seguindo-se até hoje o
Código Internacional de Nomenclatura Botânica. No entanto, por
técnicas mais avançadas, como as moleculares e de composição
química, sabemos hoje que os fungos são parentes mais próxi-
mos dos animais que das plantas.


Só em nível de curiosidade, uma das classificações dos
seres vivos já bem definida foi àquela proposta onde os organis-
mos eram incluídos em cinco reinos diferentes: Monera (agru-
pava as bactérias), Protista (agrupava os protozoários e algas
unicelulares), Fungi (agrupava os fungos), Plantae (agrupava os
vegetais) e Animalia (todos os animais) (12). Com o avanço dos
estudos moleculares foi possível nova separação e hoje já se fa-
lam em mais de 10 diferentes Reinos (5), dentre estes, figura o Rei-
no Fungi, consolidado grupo onde os indivíduos compartilham
características muito semelhantes.


Neste Reino, sob uma visão geral, estão aqueles co-
nhecidos fungos que nos fazem espirrar facilmente quando os
sentidos no ambiente, ou aqueles que são filamentosos como as
fibras do algodão e que produzem grande quantidade de esporos
e são como pó, facilmente levados pelo vento. Estes esporos fun-
cionam como se fossem sementes, dando origem a novos indi-
víduos. Podem adquirir ou apresentar coloração negra à branca,
em função da espécie de fungo e do substrato onde crescem.


Falando em substrato, já percebemos, até aqui, que os
fungos crescem sobre o solo, na água, sobre ou dentro das plan-
tas e animais, nas superfícies dos diversos materiais, como o
couro, pinturas, paredes, madeira e de quase todos os produtos
produzidos pela indústria alimentícia, tanto in natura quanto co-
zidos. Esta diversidade é proporcionada pela capacidade que de-
terminadas espécies têm em absorver os nutrientes presentes
nestes substratos.


De aproximadamente 100.000 espécies de fungos co-
nhecidos, dentre as 1.500.000 que estimamos existir (13), a

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