Basidiomicetos decompositores de matéria orgânica
Basidiomycetes decomposers of organic matter
identificação da maioria deles é realizada pelas características
morfológicas e/ou moleculares. Uma curiosidade nessa identi-
ficação é a presença de seus esporos como identidade de cada
um. A forma como são produzidos e o agrupamento das hifas
são importantes para a diferenciação entre os gêneros. Os es-
poros podem ser produzidos sobre as hifas, como se fossem
folhas ou frutos em ramos, ou estarem agrupados como buquês
de rosas ou almofadas de alfinetes. Também estes esporos po-
dem ser produzidos dentro de estruturas mais fechadas, como
se fossem jarras, moringas, bolas de gude ou até mesmo nas
lamelas dos chapéus dos cogumelos e canalículos das orelhas
de pau. Estas últimas estruturas nada mais são do que corpos
de frutificação de algumas espécies de fungos e são formadas
com a única e exclusiva finalidade de produção de esporos para
a dispersão ou reprodução. Assim, em função de cada tipo de
reprodução dos fungos e do formato das estruturas com as
quais expressam sua identidade sexuada ou perfeita, dentro
do Reino Fungi, houve a criação dos Filos Chytridiomycota, Zy-
gomycota, Ascomycota, Basidiomycota e “Deuteromycota” que
reúnem atualmente os indivíduos devidamente alocados numa
classificação definida para gênero e espécie (5).
No que se refere à reprodução ou multiplicação, nos fun-
gos há algumas variações, como por exemplo, a presença de
esporos sexuais que são formados pela mistura de material ge-
nético de indivíduos diferentes, por divisão meiótica, semelhan-
tes aos animais, cuja união de gametas diferentes forma o novo
indivíduo (fungos perfeitos ou sexuados). Também encontra-
mos dentre os fungos, indivíduos que se multiplicam por mitose
onde, neste caso, ocorrem divisões sucessivas das células ou
fragmentação do talo (corpo do fungo), não havendo mistura de
material genético de diferentes indivíduos ou células. Para esta
última forma de multiplicação (fungos imperfeitos, mitospóri-
cos ou “assexuados”), há um “Filo provisório” do qual chama-
mos de Deuteromycota, onde agrupamos todos os fungos que
assim se multiplicam. Só para finalizarmos o entendimento so-
bre a reprodução dos fungos, visto que eles podem apresentar
mais de uma forma de multiplicação, um fungo pode ter um ou
mais nomes científicos em função do estádio (perfeito ou im-
perfeito) em que se encontra no momento de sua identificação
morfológica, sabendo-se que um mesmo indivíduo pode apre-
sentar uma das fases ou ambas ao mesmo tempo. Neste caso,
prevalecerá o nome da fase perfeita ou sexuada quando esta for
identificada no indivíduo. Por exemplo, Pseudocercospora mu-
sae é o nome de um fungo identificado por seus esporos mitos-
póricos (fase imperfeita ou assexuda) e por isso está agrupa-
do dentro do “Filo Deuteromycota”. Quando este mesmo fungo
produz os esporos meiospóricos (fase perfeita ou sexuada) ou
os mesmos são identificados, o nome deste fungo passa a ser
Mycosphaerella musicola e este é realocado no Filo Ascomy-
cota. Existe ainda uma crescente tendência para que mudan-
ças nas regras de classificação sejam realizadas e mantenha
apenas um nome por fungo. Entretanto, independente da forma
como são nomeados e agrupados, a classificação e taxonomia
dos fungos objetiva ordenar de forma prática os distintos gru-
pos por meio de características comuns que facilitem o enten-
dimento e o conhecimento da diversidade entre eles.
Se imaginarmos o quantitativo de fungos conhecidos