COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

"X


Ok. já entendemos que precisamos testar mais,
mas. com várias metodologias de exame, empresas
lançando novas opções c chegando ate versão de
farmácia, dá pra ficar perdido, né? Então vamos lá:
existem três tipos principais de teste, produzidos
por diversos fabricantes. Cada exame tem uma ja-
nela de tempo ideal para ser feito. Se fizer no mo-
mento errado, o resultado pode ser mascarado (vi-
sualize as diferenças na labela e no gráfico d sua
esquerda). Isso porque os testes do em ser compre-
endidos cm termos de sensibilidade c especificida-
de. conceitos que se referem, respectivamente, à
probabilidade de um exame acertar que uma pessoa
é positiva ou negativa para determinada doença.
Hoje, o PCR v considerado o padrão-ouro na
testagem para o coronavirus, com taxas de sensibi-
lidade e especificidade acima de 90%. Mas tudo
depende de uma coleta adequada e do período em
que c realizado. “O teste molecular tem uma sensi-
bilidade mais alta entre o terceiro e o sétimo dia da
infecção”, esclarece o infcctologista Celso Grana-
to. diretor clinico do Grupo Fleury. “A principal
razão para uma eventual falha do exame é que o
vírus muda de lugar, dependendo do momento.
Começa no nariz, mas em alguns dias pode chegar
ao pulmão", descreve o médico. Nesse caso, se a
coleta da amostra se restringir ã cavidade nasal, o
resultado pode ser um chamado "falso negativo**.
Os outros dois tipos de exame se enquadram nos
testes rápidos. I lá o sorológico. que busca anticor-
pos no sangue, e o de antigeno. que caça pistas do
vírus num processo mais simples e menos preciso
que o do PCR. O dilema é que o mercado foi inunda-
do por exames de diferentes marcas prometendo
acuracia. mas que não foram largamcntc estudados.
"O SUS e as redes de farmácias estão comprando o
que foi aprovado pela Anvisa. mas tivemos vários
problemas com lotes de lestes que não eram ade-
quados e não funcionavam direito”, relata o pneu-
mologista Paulo Pitrcz, coordenador de pesquisa no
Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
A Anvisa. que concede ou não o aval para a co-
mercialização dos exames, informa que estabeleceu
um programa de monitoramento dos testes rápidos
cm parceria com a Fiocruz, para "acompanhar o
comportamento dos produtos frente às informações
declaradas nas instruções de uso". Esse monitora-
mento orienta a compra c o uso dos produtos pelo
Ministério da Saúde. Muitos dos testes rápidos en-
contrados cm farmácias chegaram prometendo nú-
meros próximos a 100% de precisão, só que a reali-
dade é bem diferente. “Nós avaliamos 11 marcas, e o
melhor que encontramos chegava a uma taxa de
60% de sensibilidade", revela Granato. ®

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