COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

1330%


“A telemedicina existe para facilitar o acesso do
paciente ao profissional de saúde. A consulta virtu-
al não veio para substituir a consulta presencial.
Veio para melhorá-la**, explica Donizetti Giambe-
rardino. vice-presidente do Conselho Federal de
Medicina (CFM). “Ela é bastante útil quando o pa-
ciente já foi atendido pelo médico e. eventualmen-
te, precisa de algum exame complementar ou
quando é portador de doença crônica, como hiper-
tensão ou diabetes. O ideal c que. salvo em situa-
ções de necessidade ou cm lugares distantes, como
a Amazônia, a primeira consulta continue a ser
presencial", salienta o médico.
A teleconsulta entre profissional e paciente é
uma das muitas formas de telemedicina. Há ou-
tras modalidades: telcinterconsulta. quando o me-
dico solicita uma segunda opinião a outro espe-
cialista. com ou sem a presença do paciente:
telcmonitoramcnto. quando alguém com doença
crônica passa os resultados dos seus exames para
o médico avaliar, e até telcUTl. quando um médi-
co sênior intensivista realiza visitas aos leitos a
distância. Até mesmo a impossibilidade de fazer
exames físicos, apontada como uma das princi-
pais desvantagens da telemedicina. já pode ser
contornada com dispositivos eletrônicos. Existem
engenhocas que checam a pressão arterial, aus-
cultam os pulmões, examinam a garganta...
“A consulta física c a virtual são complementa-
res, e não excludentes. Uma não elimina a outra”,
sentencia Eduardo Cordioli, gerente médico de
telemedicina do Hospital Israelita Albcrt Eins-
tein, na capital paulista, que. desde 2012, oferece
serviços de tclcatendimento. “A tendência é que.
no futuro, a consulta seja iniciada de forma virtual
e, caso o médico julgue necessário, uma consulta
presencial será agendada para complementar",
prevê. Com a pandemia, o Einstein registrou um
aumento de 1330% nas leleconsultas (de 70 para
mil por dia) c de 2 400% nos tclcatcndimcntos
(de 200 para 5 mil por dia).
Entre os prós e os contras da assistência remo-
ta. o cirurgião torácico Hassan Neto, gerente mé-
dico do Grupo Leforte. acredita que as vantagens
prevalecem. Hoje, alem de garantir o isolamento
social, a telemedicina evita deslocamentos desne-
cessários e gastos supérfluos, com trânsito, esta-
cionamento c combustível, por exemplo. “O pa-
ciente ainda poderá escolher onde se sente mais à
vontade, cm casa ou no consultório”, destaca
Neto. Entre as desvantagens, ele cita duas dificul-
dades: fazer exame físico e conquistar a empatia
do paciente. Outro ponto critico: nem todos os
convênios cobrem o serviço. ®

foi o aumento no
numero de leteconsultas
no Emst cm. em Sóo
Pauto, desde o mioo
daCovid- 19 - de
70 poro mi por dia

A telemedicina existe no Brasil desde2002. quando o CEM liberou a
presfofáo de seiVTÇOS atra ves de ‘comunicarão oudiavisuarem siluocóes
como emergendos ou emissão de kwdos o distância. Em 2013. a entidade
publicou nora resokcroo. que permitia consultas, cu urgias e diognosticos
remotos, mas teve de revoga la em seguida devido a cntkas Agora o uso
do telemedicina e aprovodo enquanto duror a pandemia 'Não do para
obngor o medico ou o pooente a taier telemedicina. E ha limitações Em
casos de doença grave ou de alta complexidode. o ideal e que o consulta
seja presencial', ressolvo Donuettr Giambcrardino. do CfM

0 que pode?
E permrtido orientar o pooente sobre o necessidade de «r o uma uredode de
saude a portr dos smiomos rctaiodos. monitorar portodores de doenças
crónicos ou trocar nformoçóes sobre um caso com outros especialistas.

0 que nao pode?
Poro evitar fraudes, so sôo aceitas prescrições com assinatura digital. Todo
médico pode emitir receita assim, desde que use meio eletrônico e possua
assinatura digdal certificada Prescrições escaneodas não sôo permitidas.

□ VÍJA SAUDÍ JUNHO 20)0

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