COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

(^)
Se um número maior de brasileiros já vinha pro-
curjndo alternativas mais naturais e caseiras na
alimentação, c porque elas também costumam ser
vistas como mais saudáveis cm comparação aos
produtos prontos, congelados e industrializados. A
conexão com a agricultura local pressupõe menos
processamento industrial c. no caso das fazendas
orgânicas, menos agrotóxicos à mesa — ponto que
desperta conscientização e receio entre os consu
midorcs. uma vez que nosso pais c o maior usuário
de defensivos agricolas no mundo, de acordo com a
Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO).
Privilegiar comida fresca c feita cm casa com es-
ses ingredientes é uma recomendação inclusive do
Guia Alimentar para a População Brasileira, cartilha
do Ministério da Saúde que reúne orientações para
uma dieta equilibrada c saudável. Ainda que o docu-
mento seja alvo de ponderações, poucos especialistas
discordam da ideia de comer mais frutas e verduras e
reduzir a cota de industrializados. O guia c critico so-
bretudo ao que chama de ultraprooessados (classifi-
cação da qual alguns profissionais discordam). A dis-
tinção a que cie faz referenda tem a seguinte linha de
raciocínio: boa parte do que ingerimos passa por al-
gum tipo de processamento. O feijão, por exemplo,
precisa ser lavado, selecionado c ensacado. Como
suas características não são suhstancialmcntc altera-
das e nenhum elemento é adicionado, ele integra o
time dos „minimamente processados".
“Já os ukraproccssados. cm geral, não tem quase
nada dc alimento c envolvem o uso de compostos
químicos que você não tem na cozinha", diferencia
Renata. Salgadinhos, biscoitos, sorvetes e refrigeran-
tes fazem parte da categoria, da qual nutridonistas
mandam passar longe. É tanta gordura, açúcar, sódio
ou componentes que mexem em textura, aroma e sa-
bor que. embora o paladar se deleite, há risco de co-
meter exageros potencialmente nocivos e associados
a obesidade, diabetes e doenças do coração.
Mas só a busca pelo natural nãn justifica o apelo
do fijrm-to-tabte. Afinal, já dava para comprar ali-
mentos frescos no mercado antes. A diferença dessa
tendência c priorizar o que vem dc famílias c
trabalhadores locais em detrimento dos grandes pro-
dutores que abastecem as redes de supermercados.
Só que ate algumas dessas redes estão revendo o (lu-
xo c se unindo aos pequenos. O Canrcfour. por exem-
plo. mantém parcerias com agricultores familiares
para que seu setor de hortifrúli receba diariamente o
que c cultivado por quem vive próximo às lojas.
Outra mudança observada nos últimos anos nes-
ses estabelecimentos é o crescimento do espaço des •
ti nado aos orgânicos. E ai uma pulga fica atrás da
orelha dc algumas pessoas: cies são mesmo mais sau-
dáveis que os produzidos do jeito convencional?
"Muitos estudos mostram que não há diferença no
valor nutritivo, mas. quando se fala cm qualidade do
alimento, o olhar precisa ser muito mais abrangen-
te. argumenta a nutricionista Leila Ghizzoni. da
Ematcr/RS-Ascar. órgão que lida com extensão ru-
ral c agricultura familiar no Rio Grande do Sul.
Além de não terem pesticidas, os orgânicos certi-
ficados podem oferecer textura e sabor mais apre-
ciados. Outra vantagem c o que se conhece como
rastreabilidade. a possibilidade de conhecer onde e
como o produto foi cultivado, feito ou estocado.
Celíacos que temem a contaminação cruzada com
glúten durante o processamento dos alimentos, por
exemplo, podem ficar mais tranquilos ao visualizar
como determinado item é embalado em um ambien-
te artcsanal. E o consumidor cm geral pode sc bene-
ficiar ao saber se aquilo que ele vai comer veio de um
lugar que respeita os padrões de higiene. 0
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VÍ|A SAUDI |UIH0 2010

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