COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1
kX

de
Quem passara por
[*urglafwonl«o
exame poro detector a
presença do coronawrus.
Se der posntvo. o equpe
calculo o risco envolvido
epode postergoro
procedimento em 6 dias.

•5

I • Menos
acompanhantes
I Opocicntec orientado a
comparecer sozrho oo
hospital ou no múumo
com um lamihor A
regro é igual para os
I internados -vwitas estão


limitodos por oro


  • Checagem do
    coronavtrus
    No entrado, técnicos e
    enfermeiros medem o
    temper aturo. ovenguom
    suntomas e fazem tmo
    triogemporoCowdl9
    Casos suspeitos são
    □tendidos em outra ata.


Nào é que você tenha de sair de casa agora para
fazer um exame preventivo. Métodos de rastrva-
mento, caso da mamografia. do papanicolau (colo
do útero) c da colonoscopia (intestino), estão sendo
postergadas em função da Covid-19. “Avaliamos o
custo-beneficio c orientamos o adiamento ate o lim
da pandemia peio risco da infecção em si. Mas já es-
tamos acompanhando a evolução nos estados para
recomendar a retomada". esclarece Ltz Almeida, co-
ordenadora de prevenção do Inca. Não c uma deci-
são simpies, clara “No Brasil já temos uma alta taxa
de tumores descobertos em estágio avançado, e isso
pode piorar agora. Na perspectiva de uma epidemia
duradoura como a que estamos vendo, precisamos
definir lluxos de segurança e continuar com o ras-
treio“. diz a médica Angélica Nogueira, dia-tora da
Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica (SbocX
A história de Juliana exemplifica hem o tipo de
situação que exige atenção imediata: o aparecimento
de sintomas indicando algo estranho. A questão é
que. com as recomendações dc isolamento social,
tem gente que não procura o serviço de saúde mes-
mo nessas circunstâncias. É uma realidade já bem
nítida com as doenças cardiov asculares. "Em Nova
York, houve um aumento dc oito vezes nas mortes
por infarto em casa", nota o oncologista Paulo I loff.
diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de
São Paulo (Iccsp). Para que um quadro tão trágico
nào se repita com o câncer, o Instituto Oncoclinicas.
em parceria com associações médicas, lançou a
campanha O Câncer Não Pode Esperar, que visa
conscientizar a população sobre a importância dc
procurar o médico na presença de sinais suspeitos e
nào interromper o tratamento por conta própria.
Existem tumores e tumores, c, dc fato, alguns são
mais velozes ou aproveitadores com o atraso no
diagnóstica “Se os hematológicos, como leucemia e
linfoma. não forem detectados rápido, podemos per-
der a oportunidade dc cura", exemplifica Hoff. “Nos
de mama, se perdemos o estágio mais inicial, as
chances dc resolução podem cair dc 90 para 20%".
compara. Quando flagrada no começo, boa parte
dos tumores sólidos (mama, próstata...) é resolvida
com cirurgias menos complexas. “Isso é um ótimo
indicador do diagnóstico precoce, mas também c
um ponto prejudicado neste período", observa Lu-
ciana I loltz. presidente do Instituto Oncoguia.
Para ter ideia, a Sociedade Brasileira dc Cirurgia
Oncológica estima que cerca dc 150 mil cirurgias
para tumores não tenham sido realizadas entre mar-
ço e junho — sete cm cada dez procedimentos não
foram feitos. Isso ocorreu primeiro porque muitos
hospitais, sobretudo os não especializados cm càn-

Calcula-se que 50 mil
diagnósticos e 150 mil

cirurgias voltadas ao câncer


nào tenham sido feitos no


fírasil durante a pandemia


ccr. reservaram seus leitos para a Covid-19 c adia-
ram cirurgias eletivas. E segundo porque estudos em
outros países alertaram para um maior risco de com-
plicações do coronavirus no pós-operatória Agora,
com meses dc aprendizado, as instituições estão rca-
gendando as cirurgias oncológicas com um protoco-
lo bem rigido dc segurança, que inclui testes para
detectar o vírus antes dc passar pelo bisturi.
Outros tratamentos, como quimio e radioterapia,
foram mantidos durante a Covid-19 ao menos nos
hospitais abordados por VEJA SAÚDE. Mas essa
nãoc a realidade cm todo o Brasil. Pesquisa do On-
coguia com 553 pacientes revela que 43% deles rela-
tam prejuízo nesse sentido, sendo que a restrição dos
centros dc saúde figurava como o principal motiva
"Ouvimos por ai que tem gente abandonando o tra-
tamento por conta própria, mas nosso levantamento
contrapõe essa ideia", interpreta l.uciana. O estudo
também confirma a desigualdade no atendimento:
60% dos entrevistados tratados no SUS disseram
que houve problema, número que caia para 33% en-
tre os usuários da rede priv ada.
“Nào houve nenhuma padronização do atendi-
mento à pessoa com câncer na rede pública durante
a pandemia, e vemos que. fora dos centros dc refe-
rência, na prática não há separação dc alas especifi-
cas para eles, as informações nào chegam e o pacien-
te fica inseguro", analisa Marlcnc Oliveira,
presidente do Instituto l^do a lado pela Vida, que
realiza campanhas de conscientização e advoga pe-
los direitos de quem enfrenta a doença. Mesmo
quando não houve interrupção na oferta da terapia,
a disparidade no acesso afastou gente do hospital.
"Nossos usuários do interior já têm dificuldade de se
deslocar ate aqui pela condição socioeconômica. c
isso sc acentuou com a Covid-19, ainda mais com as
harreiras sanitárias impostas em alguns municípios",
relata o médico Reginaldo Costa, superintendente
do Hospital Haroldo Juacaba. cm Fortaleza, ligado
ao Instituto do Câncer do Ceará. ©

V(JA SAUDC JULHO 2020 □
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