(^) MENTE SAUDÁVEL
Natal de 2015, ele estava
0 CEREBRO
ENQUANTO
CENTRO DO
UNIVERSO
Neurodentista
decifra como nossos
neurônios leem o
mundo e o que muda
na era digital
O
brasileiro Miguel
Nicolelis talvez não
fosse hoje um dos mais
respeitodos cientistas do
planeta se, na infância,
não tivesse convivido com
uma escntoco de livros
infontojuvenis. Giselda
Laporta Nicolelis. "Ver
minha mãe inventando
hrstónas todos os
dias estimulou minha
criotividode”, revela. No
ãs voltas com um bloqueio
criativo quondo ganhou
da mãe uma edição de
A História da Arte, de
Emst Gombrich. Foi o que
precisava para encontrar
o fio da meada de seu
novo livro, O Verdadeiro
Criador de Tudo. ”0
cosmo é uma gigantesco
mossa de informação ã
espera de um observodor
inteligente o suficiente
para conferir algum
significado a toda essa
vastidão”, filosofa. Nesta
entrevista, o professor
fala sobre seu mais
recente trabalho, ideias
e promessas para
a saúde cerebral,
negacionismo cientifico
e “zumbis digitais”.
Seu livro coloca o cérebro como
o criador e o centro do universo
humano. O que está por trás dessa
ideia de “cerebrocentrismo"?
Para fozer sentido, o Universo precisa ser
interpretado de maneiro inteligente. Toda
e qualquer mterpretoçòo do Universo é
guiada pela mente humana. Ou seja, sòo
os corocteristicas biológicas do nosso
cérebro que geraram as interpretações
que, por sua vez, construiram a narrativa
do que estã lã fora. E o que está lã foro,
neste Universo de 15,8 bilhões de anos
(estimativa humano, devo enfatizar),
ê inatingível. A gente nunca vai saber
realmente o que é. A gente só tem acesso
ò versão do Universo crioda pela mente.
Todas as abstroçòes usados ao longo da
histôiKí da humanidade como alicerces
da civilização, como deuses, crenças e
religiões, entre outras, são denvodas da
mente humana. Às vezes, pensamos que
essas abstrações são mais importantes do
que a própria vido. mas. na realidade, são
subprodutos do cérebro. Por essa razão, o
cérebro é o verdadeiro criador de tudo.
Das abstrações criadas pela
mente, o senhor considera duas
um tanto perigosas: o culto ao
mercado e ás máquinas. Por qué?
0 sistema financeiro e o tecnológico
estòo se fundindo numa coisa só. Mais
que isso, estão se transformando numa
entidode extremomente perigoso,
que determina nossa vida. Hoje, cada
vez mais, nossa vida é definido por
algoritmos computocionais. São eles que
determinam o que se pode ou não fozer.
São eles que ditam o que é permitido ou
nòo realizar. A gente está vendo isso napandemia, quando foi criada essa falsa
dicotomia entre salvar vidas ou economia.
Evidenlemente, não existe economia
Foío: Gustavo Arras
IS VEJA SAUDE AGOSTO 2020