COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

sem vidos. Se você tiver um indtce de texto ANDRE BERNARDO desiqn EDUARDO PIGNATA^


mortolidode altíssimo, os economias não


sobreviverão. A prioridade, portanto, e


uma só: salvar vidos.A pandemia também evidenciou (^)
outro fenómeno, o negacionismo
cientifico. O que dizer dele?
Não. Inclusive dedico dois capítulos do livro
a refutar essa tese. Não existe o menor
possibdidode de a mente humana ser
replicada por sistemas digitais. A lógica do
cérebro humano nòo é digital. E onológica.
E sistemas analógicas não sào passíveis de
simuloçáo com maquinas digitais.
Esse negacionismo é resultado de anos e
anos de mensogens falsas transmitidos
por meios de comumcoçòo de mossa.
Recrutaram milhões de mentes ao redor
do mundo, inclusive no Brasil. (^)
teoria de que tudo o que a ciência faz
ou propõe ê inexistente, e incorreto
ou e perigoso. Chegamos a um ponto
trágico. Enfrentamos urna pandemia que
paralisou o mundo mtetro. E nosso umca
esperança é o produção de uma vacina. E.
mesmo assim, ja existem movimentos nos
Estodos Unidos contra uma vacina que.
por enquanto, nem sequer existe. Isso ê
chocante. Essas pessoas não sõ acreditam
nisso como estão dispostas a defender
suas ideias com violência.
Na obra, o senhor fala que a
convivência constante com
computadores pode até
transformar as pessoas em
“zumbis digitais”. Corremos o risco
de nos desumanizar no futuro?
No futuro, não. Esse processo de
desumanização ja começou. A gente
vê muito isso nos redes sociais, com a
perda da empatia e do solidariedade. O
fenómeno da plasticidade cerebrol esta
levando a mente humano a ser moldoda
pela lógica digitol. E a lógico digital estó
nos transformando em seres outómatos.
A cnatividode e a espontaneidade, entre
outros atributos, estão sendo substituídas
por comportamento de massa, ou
comportamento de zumbi, como prefiro
chamar. E a obediência cego a regras
que não fazem sentido algum.
Acredita que a ciência poderá
criar cérebros robóticos tão
inteligentes quanto o nosso?
Pensando em casos de pessoas
paraplégicas, com Parkinson ou
Alzheimer, o que podemos esperar
da medicina e da neurociéncia?
No coso das lesões de medula espinhal,
avançamos muito nos últimos anos.
Vários grupos, inclusive o nosso,
demonstraram que a interfoce entre
cérebro e moquino pode levar a
recuperação clínico do pociente e permitir
a ele que readquira funções perdidos.
Avançamos bastante e. acredito, vamos
continuar avançando. No coso do
Parkinson. hã possibilidade de aplicação
dos técnicos de estimulação da medula
espinhal. Hoje, no mundo inteiro, hã mais
de 100 pacientes beneficiados por essa
técnica. O Alzheimer é um pouco mais
complicado porque estornos falando de
morte neuronal. Mas tenho esperança de
que, se não a cura, ainda veremos, pelo
menos, novas terapias.
O livro compara o cérebro a uma
orquestra. O que podemos fazer
para que ela continue tocando em
harmonia por muito tempo?
São múltiplos os cuidados que todos nos
devemos ter: fazer exercícios, comer melhor,
dormir bem... Quanto ã mente, devemos
exercilã la. Mantê-la otrvo, ocupoda.
desvendando misténos. Precisamos buscar
uma vida mais equilibrodo. O estresse virou
norma, algo cotidiono. na nossa forma de
viver. A pc idemia nos obrigou o reaprender
a contemplar a beleza e a simplicidade
de certos componentes da nosso vido,
que andavam meio esquecidos. Essa é a
minha receita paro ter vários onos de vida
saudaveis e fekzcs. Nòo consigo dissociar
saude de felicidade. Uma pessoa saudavel
tem um grou de felicidade muito grande.
Miguel Nicolelis
ê neurocientista.
professor da
Universidade Duke
(EUA) e também autor
dos livros Muito AJém
doNossoEucMade
in Mocoiba
O VERDADEIRO
CRIADOR DE TUDO:
COMO O CÉREBRO
HUMANO ESCULPIU O
UNIVERSO COMO NOS O
CONHECEMOS
Autor Miguel Nicolelis
Editora: Crítica
Paginas: 400
Preço: R$84.90
VEJA SAUDE AGOSTO 2020 19

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