COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

obstáculos para um bom encontro com o colchão. Ação brasileira, e inevitável apurar quais os principaiste algo errado com o sono (e os sonhos) da populaSe as pesquisas mais recentes sinalizam que exis- - (^) O QUE JÁ ERA IMPORTANTE FICOU CRUCIAL
'l he Bakery, uma empresa de inovação corporativa,
tentou captar justamente isso ao entrevistar mais de
780 pessoas espalhadas pelo país. Eles descobriramque os principais temores dos participantes são per-^
der alguém próximo (69%), a situação econômica
do pais (43%), ficar doente (38%) e sofrer um dese-
quilíbrio mental (26%). Outros dados que chamam a
atenção: desde que o número de casos de Covid- 19
começou a aumentar no Brasil. 67% dizem estar tra-
balhando de casa c 42% admitem que estão se sen-
tindo mais ansiosos desde então. “Começamos a
perceber que essa tendência de adaptação forçada à
transformação digital e ao home oftíce fez com que
muitos funcionários pensassem que deveriam estar
dis[ ia níveis 100% do tempo, o que, por sua vez, ge-^
rou um monte de conflitos”, reflete Felipe Novaes,
diretor-executivo da The Bakery.
Adicione a esse expediente as demandas da casa
(fazer faxina, preparar o almoço, lavar a roupa...), as
exigências escolares das crianças e a frustração com
os planos adiados ou cancelados. Já sabe para quem
sobra no final do dia? “O estresse, a angústia e o
medo têm um efeito direto sobre o sono, que pode se
tornar mais fragmentado, cheio de despertares du-
rante a madrugada e, por consequência, com uma
qualidade inferior”, explica o neurocientista Fernan-
do Louzada, da Universidade Federal do Paraná. Do
ponto de vista fisiológico, situações tensas fazem
nosso organismo produzir quantidades maiores de
corlisol. aquele hormônio que nos desperta e nos
mantem prontos para a ação, mesmo quando o obje-
tivo é justamente o contrário: dormir e descansar.
Não podemos ignorar também a situação políti-
ca e económica do Brasil, que influencia esse pano-
rama e aprofunda as crises pessoais e sociais. Uma
pesquisa conduzida pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) em parceria com ou-
tras três instituições fez uma série de comparações
das mudanças de estilo de vida que aconteceram
no Brasil e na Espanha durante a pandemia. Por
aqui, o padrão de sono se alterou em 50% dos su-
jeitos avaliados. No país europeu, esse número fi-
cou na casa dos 38%. “É preciso levar em conta que
o apoio social está mais consolidado por lá, en-
quanto o brasileiro permanece numa posição de
maior vulnerabilidade”, interpreta o psiquiatra Flá-
vio Kapczinski, professor da UFRGS e um dos res-
ponsáveis pelo mapeamento. A rigor, qualquer per-
rengue mexe com as nossas noites. ®
Um bem sono pode ser decisivo em tempos de Covid- 19
Imunidade
Cérebro
Durante o madrugada, nossas
células de defesa arrumam a cosa
e fazem os ajustes necessários
para atualizar a proteçòo e
contraatocor qualquer ameaça
que apareça. Se o descanso não é
satisfatório, esse processo se torna
deficitário, o que obre alas para a
invasão de vírus e boctérias.
Se os demandas do trabalho,
da casa e da famiha só crescem,
precisamos garantir que o sistema
nervoso não abaixe a guarda
para responder com efióência.
A consequência imediota de
uma noite insone ê um dia nada
produtivo, o que deságua em
ocúmulo de tarefas dali em dionte.
dos brasileiros odmitem
que estão se sentindo
mois ansiosos desde
o inicio do pondermo
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VEJA SAUDE AGOSTO 2020

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