COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

“A pesquisa mostra que boa parte dos pacientes


com diabetes reconhece as atitudes que ajudam a


controlar o problema mas não está conseguindo


aplicá-las na rotina* conclui Couri, que é pesquisa-


dor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da


Universidade de São Paulo (USP). Esse paradoxo


entre o conhecimento e o hábito se faz sentir no


passo a passo do tratamento e no próprio estilo de


vida — quase metade dos respondentes enxerga na


alimentação e na prática de exercícios os maiores


desafios para o controle da doença.


O próprio uso da insulina ainda está cercado de


erros, vícios e obstáculos. Para quem não está fami-


liarizado com o assunto, cabe esclarecer que as in-


sulinas, receitadas para todos os indivíduos com


diabetes tipo 1 e geralmente a quem convive há


mais tempo com o tipo 2, se dividem em medica-


ções de ação lenta e ação rápida. A primeira classe


tem um efeito de longo alcance durante 12 ou 24


horas; a segunda se presta a mandar a glicose para


as células assim que o indivíduo se alimenta. A in-


sulina rápida deve ser aplicada cerca de 15 minutos


antes da refeição e pede que o paciente fique de


olho na glicemia nesse período e calcule a dose


correta de acordo com o que vai ser consumido. E


tem que fazer isso sempre para não injetar nem


hormônio de menos — o que deixará açúcar so-


brando no sangue — nem de mais, o que pode re-


sultar em quedas acentuadas, as hipogl icem ias.


No levantamento, chama a atenção que é expres-


sivo o número de pessoas que não aplicam no mo-


mento certo e 44% se valem de uma dose fixa da


medicação, isto é. não reajustam de acordo com a


necessidade daquele momento. “Outro ponto é que a


maioria não faz contagem de carboidratos, um cál-


culo voltado às refeições para definir a dose de insu-


lina e para o qual já existem até aplicativos no celu-


lar”, observa Couri. Além disso, 43% dos


participantes admitem não utilizar a injeção em al-


gumas circunstâncias, a maioria por esquecimento.


“Tudo isso aumenta o risco de efeitos imediatos do


descontrole da doença, como hipoglicemias, e de•i»
complicações no longo prazo, caso de problemas no
coração, nos olhos, nos rins...‟‟, alerta o médico.

Outro dado critico é o monitoramento da glicose


aquém do ideal: 60% checam o valor menos de qua-
tro vezes ao dia; 82% não o fazem no meio da noite.

período em que [


cernia; e 41% não medem após as refeições. Para


quem faz uso de insulina rápida, esse descuido pode


impactar diretamente o êxito do tratamento e seus


Os principais desafios do controle do diabetes na visãoOs problemas envolvem orientaçãoDESAFIOS DO TRATAMENTO^ e adesão ãs prescriçães^


dos pacientes (eles podiam apontar mais de uma opção)


Ajustes no alimentoçòo
49%

A fh Realização de exercícios pelo menos três vezes por semana
47%

efeitos colaterais, como as famigeradas quedas brus-


cas nos níveis de glicose no sangue. ®


Contagem de carboidratos


Monitoramento da glicose com frequência


34%


31%


® E pisõdios de hipoglicemia


Frequência de monitorização da glicose


è


èU


èóôôôôôóó


ôóôôôôôôó


Uma vez oo dia


Duos vezes ao dia


Três vezes oo dia


Quatro vezes oo d»a ou mais


Duos a três vezes por semana


Uma vez por semana


11%


16%


18%


39%


6%


10%


Medição da glicose após uso


de insulina rápida e refeição


41%


Sim


Medição da glicose


no meio da noite


VEJA SAUDE AGOSTO 2020 (^) Sim

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