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DEVER DE TODOS
Náo é só a academia
que tem de seguir as
regras. Foça sua parte.
Agende e respeite seu
horário de treino, use
sempre a máscara - a
exceção seria dentro
da piscina - respeite
o distanciamento
demarcado entre alunos
e aparelhos, leve toalha e
garratinha de agua, náo
compartilhe acessórios e
náo se esqueça de lavar
sempre os mãos.
- •
Certas medidas sao comuns a parques e acade-
mias. sendo as principais (e mais efetivas) o uso obri-
gatório de máscara e o distanciamento social: 1,5 me-
tro em alguns protocolos e 2 metros nos mais rígidos.
Somente as atividades individuais e sem contato são
permitidas neste momento. Esses espaços também
funcionam por menos tempo e com menos público.
Nos parques, ainda que nem sempre as pessoas res-
peitem. só dá pra caminhar, correr ou pedalar (de
máscara‟): as quadras seguem fechadas. Na acade-
mia. é preciso agendar o treino previamente e nada
de aulas cm grupo por ora. O estabelecimento tam-
bém deve checar temperatura do aluno na entrada,
disponibilizar álcool em gel e deixar bebedouros de-
sativados — cada um traz sua garratinha. Os equipa-
mentos têm de ser higienizados após o uso e, de duas
a três vezes por dia. ocorre uma limpeza mais pesada.
Nos clubes esportivos, quadras até podem rea-
brir. desde que dedicadas a atividades sem contato,
como aulas de tênis. E nada de acompanhante nem
torcida, por favor. Em condomínios residenciais, as
academias internas estão liberando um aluno por
vez, com hora marcada. "Na dúvida, leve seu álcool
em gel para higienizar os equipamentos e acessórios.
O ideal seria dar um intervalo de 30 minutos entre
as pessoas, não só para abrir janelas e o ar circular
como para que elas não se cruzem”, indica o médico
do esporte Mauro Vaisberg, professor da Universi-
dade Federal de Sâo Paulo (Unifesp).
Essas recomendações ganharam força depois
que a Organização Mundial da Saúde (OMS) admi-
tiu a possibilidade de que o vírus possa ficar cm
aerossóis — como se fosse um spray que liberamos
quando expiramos — por até três horas no ar. Pense
num ambiente fechado, sem tanta ventilação, com
pessoas ofegantes ou conversando e você já vai en-
tender por que ali é maior o risco de transmissão.
Nesse sentido, continuam cruciais o uso da máscara
e o não compartilhamento de objetos.
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Diante de tanta precaução e do receio de se conta-
minar. especialistas acreditam que a pandemia já este-
ja resultando em um aumento no sedentarismo. So-
brecarga física e mental (especialmente entre
cidadãos que acumulam tarefas em casa) e limitações
técnicas — um terço dos brasileiros não tem acesso a
internet para assistir a aulas online — também desfa-
vorecem a adesão aos exercícios. A Filbit, empresa
que comercializa aplicativos para monitorar o grau de
atividade física, revela que. entre seus 30 milhões de
usuários pelo mundo, houve uma queda de até 33%
no número de passos por dia. Já o educador tísico Ra-
phael Ritti-Dias, da Universidade Nove de Julho (Uni-
noveX em Sâo Paulo, fez um levantamento com 2 mil
brasileiros e detectou que mais de 60% relataram re-
dução no nível de atividade com a quarentena.
A reabertura gradual pode ajudar a virar esse jogo.
Tanto estimulando quem estava parado a se mexer
como aquecendo um mercado que sofreu um baque.
Segundo pesquisa da EVO W12, empresa de platafor-
mas de gestão do universo fitness. houve uma queda
de 77% nas vendas de novos planos e o índice de fe-
chamento de academias no país triplicou em compa-
ração a abril e maio de 2019. Com parques e outros
espaços abertos, as pessoas estão voltando a se movi-
mentar e administrando os riscos da exposição. “E,
por mais que se tomem as medidas de proteção, ao
sair de casa, eles aumentam. O mais seguro hoje é se
exercitar ao ar livre, longe dos outros e sem comparti-
lhar equipamentos”, diz a infectologisla Mirian Dal
Bcn. do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
No nosso horizonte, cuidados como uso de másca-
ra c distanciamento devem durar um bom tempo — e
o mesmo vale para lavar as mãos, higienizar os aces-
sórios e levar sua garrafa de água. Se não podemos fi-
car parados pensando na própria saúde, precisaremos
automatizar as medidas de segurança e nos engajar
em atividades que façam bem ao corpo e à mente.
Dentro de casa... ou com os pés na rua. •
VEJA SAUDE AGOSTO 2020