te.to ANTONIO GERALDO DA SILVA dustroçâo ESTUOIO BARBATANA^
UMA ONDA DE DOENÇAS MENTAIS VEM
COM A COVID-19. PRECISAMOS AGIR |À!
pandemia do coronavirus
surpreendeu a todos e já é um
dos maiores desafios vivenciados pelo
nossa geroção. Estamos há mais de 100
dias em nossas residências, tentando
equilibrar os demandas sociais e de
trabalho, os afazeres domésticos com os
atividades laborais, a criação dos filhos,
os estudos e o cuidado com aqueles
que amamos. Muitos brasileiros ainda
enfrentam os desafios diretos dessa
crise de saúde, seja atendendo pessoas
adoecidas, seja exercendo outras
funções essenciais para a sociedade.
A situação fez com que. desde março,
alertássemos paro os implicoçòes
da pandemia no saude mental do
população. É o que chamamos de
quarta onda de consequências da
Covid-19. E ela já se formou.
A pnncipio. deparamos com o
adoecimento e a mortalidade causados
pelo coronavirus em si (a primeira
onda). Em seguida, percebemos
como o restrição de recursos e a
reorganizoçâo do sistemo afetam
pessoas com outros problemos
de saude, que nào conseguem ser
atendidos em sua totalidade devido ao
foco na COVKM9 (eis a segunda onda).
A terceira é aquela que visualizamos
com a interrupção no tratamento de
enfermidades crónicas, que exigem
acompanhamento médico constante -
caso de pacientes com câncer e doenças
cardiocas e respiratórias.
Chegamos á quarto onda,
mencionado pela primeiro vez em um
artigo que publicamos no Brozilian
jouroalof Psychiafry. Ela perpassa todas
os anteriores e segue em crescimento,
pois é formoda pelo trauma psiquico.
pelas doenças mentais e pelo desgaste
saúde mental, tomando a busca por
soluções ainda mais árdua após 50
anos de políticos inodequodos nesse
contexto. Os avanços em psiquiatria
aplicados com sucesso no serviço
privodo nào se comparam oo que é
disponibilizado no atendimento publico,
configurando um obstáculo para o
acompanhamento medico e a oferta
de tratamento eficaz e equânime a
boa parte da nossa população.
Muita gente ainda acredita que os
cuidados com a saúde mentol podem
esperor, mas ignorar isso ogora significa
ofrovessor com mais dificuldade o
pandemia e sofrer implicoçòes no curto,
no médio e no longo prazo. Precisamos
considerar aqui nóo só a questáo do
tratamento mas também a prevenção de
doenças como transtornos depressivos e
por uso de substâncias (álcool e drogas).
Nesse sentido, ganham força iniciativas
digitais baseadas em evidências
científicas que serão lançados para
promover, por meio de videoaulas e
cartilhas, orientaçòo contra utilizoçòo
de drogas, automulilaçòo e suicídio,
gravidez na odolescência etc.
Investir na prevenção e no diagnóstico
precoce de doenças mentais e a melhor
estratégia. O sistema ambulatorial
compartilhado de atendimento, por
exemplo, é uma alternativa rápida e
barata a fim de garantir á populoção
a assistência necessário - uma mesa
e codeiros são suficientes paro que
psiquiatra e psicólogo possam atuar.
Além do uso dos meios digitais, outra
iniciativa que precisa ser estudada é
a disponibilizoção de medicamentos
psiquiátricos nas farmácias populares.
Isso garante ocesso e continuidade ao
tratamento. E urgente nos prepararmos
Antonio Geraldo
da Silva
é presidente do
Associoçõo Brosileiro
de Psiquiotrio e
da Associoçõo
Psiquiátrica da
América Lotina
74 VEJA SAUDE AGOSTO 2020