COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

E POSSÍVELE PRECISO


PREVENIR


O SUICÍDIO


Setembro Amarelo
resgata a necessidade
de trazer o problema
à tona de um jeito
acolhedor e efetivo

O


emaoinda


rodeado de tabus
e preconceitos, o suicídio
é considerado um desafio
de saúde pública. Um
dos principais equívocos
que persistem por aí
é a noção de que ele é
uma reação abrupta
ou disparada do nada.
Na maioria das vezes,
o suicídio éo desfecho
de um sofrimento
prolongado e alimentado
por transtornos mentais
como a depressão.
Falamos de um problema
com múltiplas causas
cuja solução depende
de uma abordagem
multissistêmica,
desempenhada por
diversos setores da
sociedade. O Setembro
Amarelo é o mês de
conscientização sobre
o assunto, mas a
prevenção deve ocorrer
o ano inteiro. Eé para
ajudar nessa empreitada
que surgem movimentos
focados em saúde mental
como o Falar Inspira
Vida, do qual VEjA SAÚDE
é signatária. Precisamos
falar sobre suicídio —
e do jeito certo!

(^) O QUE PRECISA MUDAR?
Especialistas expõem seu ponto de vista
sobre os desafios que cercam o suicídio
“A prevenção do suicídio é de responsabilidade de
toda a sociedade. Quando a importância de estar bem
com as próprias emoções passa a ser reconhecida, as
pessoas aprendem a identificar se o que sentem não é
um estado de ânimo passageiro e ficam mais abertas
a procurar ajuda. Ainda é comum ter vergonha, culpa
e se sentir julgado por não estar bem. À medida que
falamos a respeito, percebemos que isso não é tão
incomum e que podemos necessitar de apoio. Foi assim
com o câncer de mama: antes nem sequer falávamos
o nome da doença. Em termos práticos, podemos
sensibilizar as pessoas para a escuta empática,
que deixa o outro desabafar sem cortes, criticas ou
conselhos. Ouvir de forma atenta e empática é algo que
muitos podem fazer. Além disso, precisamos trabalhar
a educação emocional desde cedo e ampliar a oferta de
serviços gratuitos de atendimento."
Carlos Correia,
porta-voz do Centro de Valorização da Vida (CVV)
“Suicídio é um problema complexo para o qual
não existe uma única explicação. Porém, por volta
de 90% das pessoas que morreram dessa forma
apresentavam um transtorno mental. No momento
atual, enfrentamos outras questões que aumentam o
risco de suicídio, como conflitos familiares, violência
doméstica, solidão, luto, desemprego... Em situações
de estresse, nossos pensamentos tornam-se mais
rígidos e distorcidos, o que pode afetar as crenças que
temos sobre nós mesmos, o mundo e o futuro. Isso
pode nos fazer acreditar que não há mais esperança.
Assim, o maior desafio na prevenção é aumentar
o acesso aos cuidados com a saúde mental. E isso
não começa com o tratamento clínico, mas com
a conscientização e a capacitação da população
para lidar com problemas emocionais e identificar
situações e sinais de risco.”
InesHungerbühler,
chefe de psicologia da Vitalk
VEJA SAÚDE SETEMBRO 2020

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