i PRATICAR
I EXERCÍCIOS
| FÍSICOS
Suar a camisa, para muita gente,
nunca foi uma promessa fácil
de cumprir. E na pandemia a
dificuldade aguçou de vez. Pudera:
só agora parques e academias
estão sendo reabertos, com todos
os cuidados que a situação exige.
Quem estava para iniciar alguma
atividade desistiu. Muitos até já
tinham dado o pontapé inicial no
projeto de sair do sedentarismo,
: mas o hábito ainda não tinha sido
bem assimilado quando veio a
í necessidadedeficaremcasa.Com
í tudo isso, dá para entender por que
os exercícios foram considerados
i o pilar do autocuidado mais difícil
í de cumprir na rotina. Ocorre que,
í mesmo antes da Covid-19, mais da
metade da população brasileira já
i era sedentária. Com o coronavírus
circulando e a turbulência pelos lares,
[ tudo se complicou. Faltam tempo e
í motivação para malhar, a despeito
de tantas aulas na internet. “Mas
i é fundamental vencer a inércia,
■ porque os exercícios contribuem
í diretamente para o bem-estar físico
■ e mental”, ressalta Antonio Lancha
: Jr., professor da Escola de Educação
í Física e Esportes da Universidade de
i São Paulo (USP). Para recomeçar,
í encontre um espaço na agenda,
conte, se possível, com as orientações
| de um profissional, e retome aos
i poucos, tomando as precauções.
I MANTER
I UMA DIETA
| EQUILIBRADA
Embora mais da metade dos
participantes do estudo acreditem
que a pandemia não desgovernou
sua alimentação, uma parcela
significativa pena para manter
o equilíbrio à mesa (e na sala,
no quarto ou na varanda). Um
: terço relata estar consumindo
■ mais doces e percebe descontrole
; com a comida. “Estamos vivendo
um período de imprevisibilidade.
; Isso gera ansiedade e afeta o
i comportamento alimentar”,
í analisa Lancha Jr. “Daí muita gente
- fica mais permissiva e, ao consumir
- alimentos com açúcar ou gordura,
: a sensação de tensão emocional
: pode até não desaparecer, mas é
i mitigada”, completa. Experimentos
\ mundo afora indicam que, na
■ presença do estresse, tendemos
a preferir itens mais gordurosos
í ou açucarados, como chocolate
í e batata frita, a iogurte, fruta ou
í salada. O professor da USP explica
í que tudo está ligado à bioquímica
cerebral e a missão aqui é quebrar
j o circulo vicioso que transforma
í a comida em um antídoto contra
: a ansiedade. Para quem enfrenta
í essas angústias no dia a dia,
í convém estabelecer horários
í para comer, comprar e priorizar
alimentos mais naturais, frescos e
í saudáveis e, se for ocaso, procurar
1 suporte profissional.
I EVITAR
I ATITUDES
| NOCIVAS
Algumas pessoas descarregam a
tensão na comida, outras o fazem
í no cigarro ou mesmo no álcool. No
í levantamento, 11% dos brasileiros
í relataram ter um impacto negativo
em relação a evitar ou controlar
I comportamentos prejudiciais à
í saúde, como fumar ou beber além
í da conta. O abuso de álcool movido
í pela quarentena foi registrado
j em vários países e chegou a fazer
j a OMS pedir que os governos
restringissem a venda de cerveja,
j vodca, gime companhia. O
í tabaco também se aproveitou da
í situação. Um trabalho capitaneado
i pela Fundação Oswaldo Cruz
I (Fiocruz), que ouviu mais de 44
i mil brasileiros, indica que 34%
í dos fumantes passaram a tragar
í mais cigarros no dia a dia com
í a pandemia-22% ampliaram
í em dez o número de unidades
í consumidas. Especialistas
í reforçam que utilizar esses meios
í para desestressar não só gera
í mais dependência como expõe
j corpo e mente a efeitos rebote e
i desbalanços. Enquanto o excesso
i de bebida alcoólica pode debilitar
í a imunidade, o tabagismo desata
í inflamações e lesões nos pulmões
i e nos vasos sanguíneos. São
j cenários nada bem-vindos em
j tempos normais, que dirá como
i coronavírusàsolta...©
44 VEJA SAÚDE SETEMBRO 2020