COMBO SAUDE - VOLUME 1

(O LIVREIRO) #1

SUPLEMENTO:
QUEM PRECISA?
Há condições que
podem exigir doses
especificas. Confiro os
perfis mais comuns:



Idosos




Pessoas que sofrem
quedas e fraturas
recorrentes




Gestantes e lactantes




Indivíduos com
osteoporose e doenças
osteometabõlicas.
como raquitismo e
osteomalácia




Portadores de doença
renal crônica




Aqueles com mã
absorção de nutrientes,
caso de quem tem
doença inflamatória
intestinal ou fez cirurgia
bariátrica




Quem usa medicações
comoontirretrovirais,
corlicoides.
anliconvulsivanles...




Pacientes com câncer




Indivíduos com
sarcopenia. ou seja,
que sofrem de perda de
massa e força muscular




Diabéticos




Obesos




Pessoas que
não se expõem ao
sol ou possuem
contraindicações em
relação ao hábito




Indivíduos com
pele negra




Pacientes com
insuficiência cardíaca



A nutricionista Silvia Ramos, do Conselho Re-
gional de Nutricionistas da 3 a Região (SP/MS),
pondera que o documento italiano promove refle-
xões. Ela lembra que o começo da pandemia no
Hemisfério Norte se deu no inverno. “Os idosos
acometidos pela Covid- 19 poderiam estar com
suas reservas de vitamina D ainda mais reduzidas
pelas condições climáticas" raciocina. “De qual-
quer forma, não temos evidencias de que a suple-
mentaçâo possa frear o Sars-CoV-2”, reforça.
O que é alvo de investigações há tempos é a re-
lação da vitamina I) com a imunidade. Inclusive,
essa conexão aparece em uma revisão de artigos
publicada no periódico The Lancei Diabetes and
Endocrinology em 2017. Nela, a substância se mos-
trou útil frente a infecções respiratórias que acome-
tem nariz, ouvidos e garganta. “Cabe ressaltar que
os resultados foram mais perceptíveis após a ade-
quação entre indivíduos que apresentavam níveis
realmente baixos da vitamina", nota Maeda.
A pediatra Adyléia Contrera Toro tem avaliado
o nutriente na Faculdade de Medicina da Univer-
sidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Ele
exerce um importante papel no sistema imunoló-
gico". afirma. A professora relata que a vitamina
interfere nos grupos celulares envolvidos em pro-
cessos inflamatórios. “Possui também efeitos an-
tibacterianos e de defesa pulmonar" completa.
Alguns achados chegam a ligá-la ao controle da
asma, reforçando a recomendação de as grávidas
manterem as laxas em dia para salvaguardar os
pulmões do bebê.
Natasha França, nutricionista e professora do
Centro Universitário de Rio Preto, em São Paulo,
conta que a substância influencia tanto na imuni-
dade inata quanto na adquirida. “Existem indícios
de que a vitamina D está por trás da modulação de
moléculas chamadas peptídeos, caso das defensi-
nas, que agem em prol das respostas imunológi-
cas”, ensina Estudos apontam ainda sua capacida-
de de apoiar os linfóci tos, nossas células de defesa.
A substância angaria atenção em outros aspec-
tos. Há suspeitas de que sua presença resultaria em
proteção cardiovascular, sem contar nas hipóteses
de que ela atua no equilíbrio e na atividade da insu-
lina. hormônio que dá um jeito no excesso de açú-
car no sangue. Se considerarmos que hipertensos e

A suplementação de
vitamina D deve ser

feita com o aval de um


profissional e após exames


diabéticos estão no grupo de risco da Covid-19, são
papéis mais do que bem-vindos.
Para que essa vitamina possa desempenhar tan-
tas funções — especialmente a de zelar por múscu-
los e ossos, sua tarefa clássica —. o contato com a
luz solar c primordial. Quando absorvidos pela
pele, os raios ultravioleta estimulam um processo
que ocorre tanto no fígado quanto nos rins, e trans-
forma a vitamina D em um hormônio chamado
calcitriol. que é sua forma ativa. Traduzindo: é ele
quem faz e acontece pelo corpo.
Porém, mesmo em um país tropical, não é raro
o brasileiro apresentar carências. "Alguns perfis
são mais suscetíveis. Caso dos idosos, que. por al-
terações metabólicas, não aproveitam muito bem a
substância", aponta a nutricionista Maísa Antunes,
pesquisadora da Universidade Federal de Minas
Gerais. Obesos também enfrentam alguns desequi-
líbrios no organismo que geram déficits.
Exames de sangue tiram a prova e ajudam a de-
finir a real necessidade de suplementação. Fato é
que ninguém deve engolir cápsulas sem aval de
médico ou nutricionista. “O excesso de vitamina D
pode aumentar u risco para a formação de cálculos
renais e, inclusive, em situações extremas, levar a
uma insuficiência renal aguda", avisa aendocrino-
logistaCarolina Aguiar Moreira, da Fundação Pró-


  • Renal e professora da Universidade Federal do
    Paraná. Sem contar sintomas como fraqueza mus-
    cular e tonturas, um perigo para os mais velhos.
    O melhor caminho é reservar uns minutos para
    tomar sol. Em tempos de coronavírus, vale a jane-
    la. a varanda, o quintal... Nesses momentos, lente
    esvaziar a mente e respirar fundo — atenuar o es-
    tresse também ajuda a afiar a imunidade. Até por-
    que a vitamina D não é a única peça indispensável
    para fortalecer nossas defesas. •


VEJA SAUDE MAIO 2020 45
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