INTERLINEAR Hebraico Bíblico > Português do 1o. Livro dos Salmos

(enihgil) #1
x

infixos e/ou sufixos, de maneira a expressarem o objeto, o gênero, o número, o grau, a

ação, o tempo... e etc.

No Hebraico puro não existem vogais; só consoantes. Por isso, por volta dos séculos VI-

X, os rabinos, preocupados com a iminente possibilidade de se perder a correta pronúncia

do Hebraico bíblico (que até então era transmitida apenas oralmente, de geração para

geração), resolveram desenvolver um sistema de sinais e pontuação que regulasse a

vocalização, as acentuações, as pausas, enfim, a cantilena (maneira de se cantar os textos

bíblicos – na sinagoga) das palavras na tanach (Torah lei, Neviim-profetas, veC hәtavim -

e-escritos - as três porções que compreendem a Bíblia Hebraica); e foi aí que surgiram os

niqud (pontuações). Essa sinalização pode parecer um pouco confusa, ao iniciante, mas na

verdade é justamente ela quem facilita (e muito!) a vida do leitor que não é um expert em

Hebraico, na gramática ou nas regras de pronúncia. Os escribas que foram encarregados

de desenvolver essa grafia acabaram ficando conhecidos como os “Massoretas”, da

palavra massorah, que quer dizer “tradição [oral]”, que acabou sendo efetivada como

massoret. Esse complexo, mas muito inteligente, preciso e útil sistema de pontuação,

produzido pelos massoretas, ficou conhecido no meio literário simplesmente como MT;

do Inglês Massoretic Texts (Textos Massoréticos).

Uma mesma palavra, dependendo do que vem a ela agregado (prefixos, infixos, sufixos,

se no plural ou se no singular, se com preposição, artigo, e etc.), ela poderá aparecer

basicamente com uma mesma grafia, porém, com algumas diferenças na cantilena ou na

sua pronúncia. E, as vezes, até mesmo em função do que vem antes ou depois da palavra,

ela já assume uma sonoridade diferenciada. A pronúncia é expressa pelos niqud

(pontuação), + os ta`amei hamikra, ou, simplesmente pelos te’amim. Como ilustração

disso, vejamos as três primeiras palavras da Torah, em Gen. 1:

E, como exemplo de variação da cantilena para uma mesma palavra, tomemos קָָ֣רָא “ele

chamou”, conforme aparece em Gênesis 1:5, onde tem a sua pronúncia assinalada pelos

sinais massoréticos como kara; já em Gênesis 1:10 nós temos a mesma palavra קָרָָ֣א “ele

chamou”, mas agora tendo a sua pronúncia sinalizada como kara, com a tônica no último

a; daí a importância de se verificar sempre não só a pontuação massorética, mas também a

cantilena das palavras.

Apesar de que os te’amim (cantilena) podem indicar as tônicas (ou, a elevação/descida do

tom,) na leitura, é importante ressaltar que isso não é uma regra; a cantilena é, antes, uma

espécie de “notação musical” que orienta o canto do texto bíblico nas cerimônias. A razão

para optarmos por um texto com esses sinais se deve ao fato de que, para o iniciante

(muitas vezes desconhecedor ou inseguro na pronúncia), ela pode dar uma boa dica das

elevações ou declínios na pronúncia das palavras. Para o leitor que deseja se aprofundar

um pouco mais no assunto, recomendamos o seguinte site:

https://en.wikipedia.org/wiki/Hebrew_cantillation
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