Ulisses, e ela não teria sido aprisionada.
De outra parte, talvez alguém estivesse louco para
perguntar:
- Mas, como é que ela soube que iria morrer? Alguém
contou?
Bem, vou tentar explicar: A morte sempre sabe o
momento exato em que cada criatura viva irá partir para
a Terra dos Pés Juntos. Ora, em sua caminhada evolutiva
- pasmem, mas ela também evolui –, essa sua habilidade
natural alcançou um ponto tal de excelência, que ela,
sem que ninguém dissesse, passou a conhecer o termo
final da própria existência. Ele simplesmente se
apresentou à sua consciência, como se fora só mais um
fim entre os imemoriáveis fins a que dera causa.
É claro que só fiquei sabendo dessa novidade porque
ela, num momento de fragilidade, acabou revelando-a ao
amigo Caronte – o barqueiro mitológico que, por um
óbolo, faz a travessia das almas dos recém-mortos sobre
os rios Estige e Aqueronte –, que, por ser tão fofoqueiro
quanto a beata Sr.ª Josefa da Graça (de As pupilas do
senhor reitor ), espalhou-a aos quatro ventos com a
presteza dos furacões.
Mas, daí, outros levantariam a seguinte
interrogação:
- Tudo bem, a morte vai morrer. Mas, e nós, como
ficaremos? O nosso envelhecimento parará num