foice e a oferecia ao combate, manejando-a com
invejável destreza.
Mas antes que a guerra a ele se entregasse, a peste
ainda encontrava palavras para incrementar o despeito
do momento, o que, a seu ver, multiplicaria a cólera da
morte e redundaria em três contra uma. Afinal, seu lema
sempre foi “quanto maior o contágio, melhor”:
- Quero lembrar que escolhemos este paraíso para
que pudéssemos curtir nossas merecidas férias. Ora,
pergunto eu, para que desperdiçarmos tempo precioso
com alguém que está com os pés na cova? Aposto que
até o seu mísero pangaré o abandonou, envergonhado
por saber que o seu dono será o único entre nós a
sucumbir. Olhem para o esfarrapado... É mais osso do
que pele; um esqueleto ambulante. Que mal este ser
patético poderia nos infligir? Nenhum. Sejamos, pois,
comiserativos, e tratemos de apressar a sua última
viagem. Aliás, por ter sido a morte sempre um nosso
simples anexo, como fizemos questão de lembrar na
carta que enviamos, está mais do que na hora de receber
as migalhas a que tem direito, como se fosse uma
compensação por tão acessória atuação.
De fato, as três recém-chegadas perfilaram-se
diante da morte e deixaram clara a intenção que as
animava, por meio dos seus conhecidos símbolos. A
guerra não deixou de manusear a espada com a perícia
dos degoladores. A peste entesou o seu arco e mirou a