VOO LIVRE REVISTA LITERÁRIA - ANO 2 - Nº 13

(MARINA MARINO) #1

Sarau de Poesias, Comemorativo do nosso 1º aniversário


Dilema


Enfrentar borrascas ou manter-
me em costumeiras ruínas?
Sereno, o mar calmo pode ser
pântano.
Ali, botes e remos: suficientes à
travessia?
Aqui, botes de seres
peçonhentos a me espreitar.
Acariciar as conhecidas
cicatrizes ou arriscar novas
feridas?
Depende de mim tornar ventania
o tímido sopro de esperança.
Teimosia, abraça-me, icemos as
velas!
Há tempos a felicidade não mais
me é íntima neste porto.
Vale a aventura à frente, rumo ao
ignorado.
Vou-me embora para além do
horizonte.
Sobrevir.


Evandro Valentim de Melo
Brasília/ DF –Brasil


Ve r s o s l iv re s

Liberto os meus versos,
Como quem abre uma gaiola
E vê que o que estava dentro aflito
Era o próprio coração.

Que voem alto! Dispersos!
Numa refrescante ventarola
Que suas asas toquem o infinito,
Tendo por casa, apenas a
imensidão!

Aline Bischoff

Sou de lá...

Em mim, nada é urbano.
Não sou daqui.
E, somente agora, tarde demais,
Percebo que tenho os pés cativos no
trançado do capim-boiadeiro,
Que a minha alma continua
encavalada nas tábuas do velho
curral,
E que tenho o coração encarcerado
pelas porteiras da minha infância.
Sou de lá...

Regina Ruth Rincon Caires
Campinas/SP -Brasil
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