Quatro Rodas - Edição 724 (2019-08)

(Antfer) #1

REPORTAGEM | EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO
de válvulas e bronzinas exibiram desgaste
mínimo, resultado das folgas corretas na fa-
bricação e da eficiência do sistema de lubrifi-
cação. Havia a tão comum carbonização em
pistões e válvulas, mas elas não comprome-
teram a vedação das câmaras de combustão.
No outro extremo, porém, estava a em-
breagem: começou a patinar aos 10.000 km
e mostrou falhas graves mais duas vezes,
forçando a troca do conjunto. Os engates
também foram comprometidos pelo sin-
cronizador da segunda marcha (trocado aos
30.000 km) e desgaste das luvas de engate. O
Santana sofreu ainda com pequenos proble-
mas na trava elétrica, no ar-condicionado e
no banco do motorista. No fim, 5.532 litros de
gasolina foram consumidos por 45 motoris-
tas em 60.748 km, com média geral de 10,98
km/l. O teste final revelou a boa saúde, pois
ficou mais rápido: 0 a 100 km/h em 12,09 s e
máxima de 172,7 km/h – o motor VW AP 2.0
de 112 cv havia registrado no teste inaugural
12,44 s e 173,2 km/h, respectivamente.
“Era muito fácil ir de São Paulo ao Rio em
menos de três horas e meia”, conta Eduardo
Pincigher, na época um jovem repórter. “A
estabilidade, o baixo consumo e a autonomia
do tanque de 72 litros garantiam média horá-
ria elevadíssima, com picos próximos da ve-
locidade máxima”, diz. Estradeiro, o Santana
passou dois terços da avaliação (37.972 km)
em rodovias. O fotógrafo Cláudio Larangeira
descreve a sensação que ele provocava:
“Levei minha esposa em uma das primei-
ras viagens. Quando o gerente do hotel em
Curitiba viu que chegamos a bordo do mo-
delo mais caro da VW, imediatamente trocou
nosso quarto simples por uma luxuosa suíte”.
REFORMA COMPLETA Para resgatar essa aura
de requinte, Jeison adquiriu o Santana mal-
tratado por R$ 11.000 e o mandou para a res-
tauração, o que lhe custou mais R$ 20.000.
Totalmente desmontado, passou por peque-
nos reparos estruturais e, depois, por uma
repintura completa. Todos os componentes
da suspensão foram substituídos, bem como
correias, mangueiras e demais itens de des-
gaste. O ar-condicionado foi recuperado e o
câmbio, revisado com peças novas.
A maior dificuldade foram justamente os
dois grandes atributos do sedã, o ABS e a in-
jeção eletrônica, como explica o restaurador
Desmonte de 1993 atestou a boa saúde do motor e problemas na embreagem
Entre dezenas de viagens, uma das mais longas foi a esticada até o Paraguai
No teste final, aos 60.000 km, os números de pista mostraram melhoria
62 QUATRO RODAS AGOSTO

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