Quatro Rodas - Edição 724 (2019-08)

(Antfer) #1

64 QUATRO RODAS AGOSTO
CLÁSSICOS | ALFA ROMEO ALFETTA GT
O
Giulia Sprint GT de 1963 foi um
dos mais belos carros criados
por Giorgetto Giugiaro para a
Alfa Romeo, mas estava longe de ser
prático: o espaço era limitado a um
casal e duas crianças (bem) peque-
nas. Foi pensando nisso que o fabri-
cante de Milão apresentou o versátil
Alfetta GT em 1974. Também obra de
Giugiaro, o cupê trazia uma bonita
carroceria de dois volumes com que-
da suave do teto para acomodar qua-
tro adultos e um considerável espaço
para bagagem. Essa racionalização do
espaço interno era resultado da plata-
forma dividida com o Alfetta Berlina,
moderno sedã lançado em 1972.
Tecnicamente, era mais refinado
que o badalado Alfa Montreal: o câm-
bio junto ao eixo traseiro melhorava a
distribuição de peso entre as rodas e
o defasado eixo rígido deu lugar a um
tubo DeDion acoplado a um paralelo-
gramo de Watt. A redução do peso não
suspenso era reforçada pelos discos
de freio internos, ao lado do câmbio.
Já a suspensão dianteira trazia braços
duplos paralelos e barra de torção.
Mas o motor tinha 20 anos de es-
trada: o 1.8 com duplo comando de
cv. O bom torque de 21,7 mkgf a 4.000
rpm colaborava para o 0 a 100 km/h
de 8,8 s e a máxima de 209 km/h.
O retorno da Alfa à F-1 foi celebrado
em 1981 com o GTV 2000 Grand Prix,
sempre vermelho, com apêndices ae-
rodinâmicos e rodas Campagnolo aro
15 em pneus 195/60. Dos 650 carros,
250 foram para a Itália, 200 à França
e 200 ao resto da Europa. O GTV6
teve séries memoráveis: em 1982, a
Balocco e a Maratona, só para os EUA,
além da Grand Prix, para Alemanha,
França e Suíça. Apesar das virtudes,
o mais rápido dos GTV6 nunca foi fa-
bricado na Itália. Isso ficou a cargo da
África do Sul, que, com a Autodelta,
produziu em 1984 cerca de 200 GTV6
3.0. Destinado a corridas, o V6 Busso
cresceu para 3 litros e seis carburado-
res para render 186 cv. O desempenho
era notável: 0 a 100 km/h em 8,3 s e
velocidade máxima de 225 km/h.
As últimas unidades do cupê dei-
xaram a fábrica de Arese em 1987.
Ainda hoje ele é saudado pelos pu-
ristas: foi um dos últimos Alfa com a
reverenciada tração traseira, caracte-
rística eliminada após a Fiat assumir
o controle da marca, em 1986.
válvulas e câmaras hemisféricas de
122 cv levava o Alfetta GT a 188 km/h.
Esse motor deu lugar, em 1976, ao 1.6
de 108 cv (GT) e ao 2.0 de 122 cv (GTV
2000). A aerodinâmica eficiente ga-
rantia boa velocidade final: 180 km/h
para o GT 1.6 e 194 km/h para o GTV,
que ia de 0 a 100 km/h em 9,7 s e ofe-
recia acabamento mais requintado.
Um pedido do importador alemão
levou em 1977 a divisão Autodelta
a fazer 20 unidades do GTV 2.6 V8.
Usando o motor do Montreal, os 200
cv atingiam 230 km/h e um 0 a 100
km/h de 7,5 s. Melhor que o GTV 2000
L de 1978, recalibrado para 130 cv.
Em 1979, o GTV tornou-se o pri-
meiro carro italiano com turbo: foram
produzidas 400 unidades do 2000
Turbodelta, só para homologá-lo no
Grupo 4 da FIA. Com a turbina KKK,
seu 2.0 chegava a 175 cv, mas o resul-
tado nas pistas não foi satisfatório de-
vido à baixa confiabilidade mecânica.
A segunda fase do cupê se inicia em
1980 com para-choques de plástico
preto e o abandono da denominação
Alfetta: o GTV 2.0 passa a ser o modelo
de entrada e o GTV6 2.5 recebe o so-
noro V6 com injeção eletrônica e 160
Com motores de 4, 6 e 8 cilindros, o Alfetta GT aliou design e espaço interno para se
tornar um dos modelos mais venerados da marca – POR FELIPE BITU | FOTOS CHRISTIAN CASTANHO
O xodó da Alfa
Um dos
desenhos
mais belos
de Giugiaro

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