66 QUATRO RODAS AGOSTO
A
tualíssimo, o Fiat Uno chegou
ao Brasil em agosto de 1984 e
rapidamente ganhou o apelido
de Botinha Ortopédica, em razão dos
dois volumes bem definidos. Logo es-
treou uma versão esportiva, a SX,
discreta no visual e desempenho: a
máxima de 155 km/h e os 15,3 s para
ir de 0 a 100 km/h catalisaram o de-
senvolvimento do lendário Uno 1.5 R.
A versão 1.5 R foi a maior novidade
de 1987 para encarar Escort XR3 (1.6)
e Gol GTS (1.8). Bastou adotar o motor
do sedã Prêmio e recorrer a soluções
de praxe: comando de válvulas espor-
tivo, taxa de compressão mais alta,
coletor de admissão redimensionado
e novo acerto de carburação o fizeram
subir de 71 para 85 cv. Foi o carro ofi-
cial do GP Brasil de F-1 daquele ano.
Era o mais rápido dos Fiat nacio-
nais: 0 a 100 km/h em 12 s. Reforçado,
o câmbio de cinco marchas foi rees-
calonado para tornar as relações mais
próximas entre si, colaborando para
a excepcional agilidade do carrinho
de apenas 872 kg. A máxima de 162,4
km/h era atingida na última marcha.
Com 74 kg a mais, o XR3 ficava
bem para trás, mesmo tendo torque
e potência equivalentes. A superio-
ridade técnica do 1.5 R marcava pre-
sença com o comando de válvulas no
cabeçote: o resultado era uma melhor
A brincadeira começou no depar-
tamento de competições da Fiat,
vitoriosa com o 147 no Campeonato
de Marcas e Pilotos de 1983 e não tão
bem-sucedida com o sedã Oggi em
- O Uno estreou nas pistas em
1985 e foi muito favorecido pelo novo
regulamento da categoria, que limi-
tou a cilindrada dos concorrentes VW
Gol e Ford Escort a 1,3 litro.
O esportivo mais acessível dos anos 80 mostrou ao mercado
que tamanho não era documento – POR FELIPE BITU | FOTOS CHRISTIAN CASTANHO
Bota de sete léguas
Ele foi o carro
oficial do GP Brasil
de F-1 de 1987
Tampa traseira
preta, quase
30 anos antes
do Up! TSI
CLÁSSICOS | UNO 1.5 R