Quatro Rodas - Edição 724 (2019-08)

(Antfer) #1

AGOSTO QUATRO RODAS 67
Fiat Uno 1.5 R
Motor: transv., 4
cil. em linha, 1.498
cm^3 , 8V, comando
simples no cabeçote,
carburador de corpo
duplo; 85 cv a 6.000
rpm, 12,9 mkgf
a 3.500 rpm
Câmbio: manual, 5
marchas, tração diant.
Dimensões: compr.,
364 cm; larg., 155
cm; alt., 140 cm;
entre-eixos, 236 cm;
peso, 872 kg
Pneus: 165/70 SR 13
FICHA TÉCNICA
Julho 1987
ACELERAÇÃO 0 a 100
km/h: 11,62 s
VEL. MÁX. 162 km/h
CONSUMO 7,52 km/l
(urb.), 11 km/l (rod.)
PREÇO Cz$ 427.721
Atualizado:
R$ 121.400 (IPC-A/IBGE)
TESTE
No lugar do emblema
Fiat no volante, o
nome da versão
Manômetro de pressão do óleo: obrigatório em um esportivo
O discreto aerofólio melhorava ainda mais a aerodinâmica
Calota escondia roda de aço mais larga. Cintos na cor vermelha
elasticidade do motor, com torque
máximo em rotações mais baixas e
pico de potência em alto giro.
Mesmo não sendo páreo para o
Gol GTS, o Uno 1.5 R dava o troco em
trechos de serra, graças ao freio dian-
teiro a disco ventilado. Mérito tam-
bém da suspensão independente nas
quatro rodas, com molas mais baixas,
amortecedores de maior carga e bar-
ra estabilizadora mais rígida. Mas o
maior benefício era o preço: na cor
vermelho Ferrari ou preto Etna, era
15% mais barato que os rivais, o mes-
mo que as versões básicas de Escort
e Gol. Entre os opcionais, vidros ver-
des, check control, vidros elétricos,
banco traseiro bipartido, ar-condi-
cionado, ar quente e pintura metálica
(cinza Argento ou azul Itapema).
Um Uno 1.5 R preto Etna foi integra-
do à nossa frota de Longa Duração e
garantiu 50.000 km de diversão, mas
o câmbio não resistiu ao entusiasmo
de nossa equipe e quebrou. Notória
pela fragilidade e engates imprecisos,
a transmissão foi o ponto mais crítico
da Fiat durante as duas primeiras dé-
cadas de operação no Brasil.
O 15º Salão do Automóvel de São
Paulo exibiu as novidades do 1.5 R
para 1989. Rodas de liga, novas faixas
laterais, retrovisores maiores e bancos
dianteiros com apoio de cabeça vaza-
do e novo estofamento. A suspensão
teve a geometria revista e ficou mais
suave com amortecedores pressuriza-
dos, tornando-o mais civilizado.
A crise do etanol em 1989 pouco
afetou o 1.5 R: a versão a gasolina foi
a que menos sofreu com a queda no
desempenho dos esportivos e era até
mais rápida nas retomadas. Mas os
rivais reagiram: o XR3 recebeu motor
1.8, enquanto Gol GTi e Kadett GS es-
treavam um 2.0. O 1.5 R saiu de linha
com a chegada do 1.6 R: o maior curso
dos pistões elevou cilindrada, torque
e potência. Ele ficou ainda melhor
em 1993 com a injeção eletrônica. O
avanço técnico pavimentou a estrada
que trouxe o mítico Uno Turbo.

Free download pdf