REVISTA VOO LIVRE Nº 14

(MARINA MARINO) #1
Palavras e Pontos por Regina Ruth

porbalasoucastigadosporpancadas.
Comum acontecere difícilsuportar...
Impossível mesmo! Cassiano fica
apavorado,temeroso,perdido.
Sua irmã chega à porta do
barraco. Espreguiça o corpo
demoradamente.Dormiuatéagora.Já
é quasenoite!Estáchegando ahora
deCassianoentrar.Sentevontadede
esperar a mãe, ali. Mas, é perigoso,
nãoconvém.
Opaiestádemorandomaisque
o costume! Cassiano não se sente
confortado. Gosta de ter o pai por
pertoquandoanoitechega.Nãotem
remédio...Énoite,eojeitoéentrar.
Cassiano ergue o corpo, olha
novamente lá embaixo, no pé da
escada. Nada... Nenhum dos dois
aponta. Entra no barraco. A irmã,
exalandoumcheirodeflor,enjoativo,
tem um espelho nas mãos e passa,
repetidasvezes,obatomnoslábios.É
bonita a danada! Cassiano olha-a
demoradamente e pensa em como
seria bom se ela tivesse metade da
beleza em juízo.No mínimo sofreria
menos no futuro. Esse tipo de vida
nunca acaba bem, sempre deixa
marcasedissaboresprofundos.


Está assim, pensando, quando
ouve a porta do barraco bater. A
danadajásaiueelenempercebeu!
Cassiano estremece quando se
lembradequeestásozinho.Bemquea
mãepodiachegarlogo!Olhapelafresta
da porta, mas nada vê. Está muito
escuro láfora... Senta-se no banco da
cozinha e não consegue ficar sereno.
Dentrodopeito,aaflição,odesespero,
o medo. Não quer ficar sozinho. Por
que suairmã não ficou comeleaté a
mãe chegar? Menina matreira! Pensa
em contar tudo ao pai. Por que ele
tambémnãochega?!
Cassianoresolvesedeitar.Quem
sabe o sono vem e leva toda essa
aflição.Amanhãéoutrodia.
Bobagem!Nemdeitadoconsegue
sossego.Acamaéumsuplícioquando
está ansioso! Parece que vem vindo
alguém...Aindabem,éamãe!
Temvontade decorrer, jogar-se
emseusbraços,esquecertoda aquela
angústia, mas não tem costume! Não
querqueelasaibaquesentiumedo.Já
está tão baqueada,chega a dar pena!
Ele não se acha no direito de levar
queixumealgumatéela.Temdeajudá-

la,istosim!
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