Veja São Paulo - Edição 2645 (2019-07-31)

(Antfer) #1
18 Veja São Paulo 31 de julho, 2019

H


aja lúpulo! Na contabilidade oficial do gover-
no, há pelo menos 1 000 fábricas de cerveja
com a chancela do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa). O número,
divulgado em junho pela Associação Brasileira de Cer-
veja Artesanal (Abracerva) e que reúne marcas tradi-
cionais e artesanais, cresceu vertiginosamente nos
últimos dez anos graças ao aparecimento de pequenos
produtores no país. São Paulo e Rio Grande do Sul
lideram essa revolução microcervejeira na quantidade
de fabricantes, inclusive em bairros bem distantes do
circuito da badalação nas capitais.
Apesar da expansão relevante, existem ainda duas
barreiras básicas para uma maior disseminação de ró-
tulos especiais fora dos grandes centros: sabor e preço.
“Trata-se de um processo de educação. As pessoas
precisam entender como a cerveja é feita, descobrir a
história da bebida, verificar a qualidade da matéria-
prima”, diz Estácio Rodrigues, sommelier e sócio do
Instituto da Cerveja Brasil. É nesse ponto que tem iní-
cio o trabalho de algumas microempresas, implantadas
em áreas periféricas ou nos arredores da capital, que
vêm buscando afinar e ajustar o paladar do cervejeiro
com o do público na região onde estão localizadas.
Leandro de Andrade é educador social e morador
do Grajaú. Ciente do potencial tóxico do álcool na pe-
riferia e da necessidade de criar mecanismos de cultu-
ra, arte e lazer para impactar positivamente a sua co-
munidade, começou a pensar no mercado cervejeiro

Bares que fabricam a própria bebida


surgem em bairros como Grajaú e Pirituba


e produzem estilos consagrados com


sabores mais leves Matheus Prado


CERVEJA

ARTESANAL

NA PERIFERIA

Investimento: Andrade,
no Graja Pub, bar de
artesanais no extremo sul
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