REVISTA VOX - ABRIL 2021

(VOX) #1

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para Adamantina, Alceu prestou
um concurso para Procurador do
Estado. “Recordo que logo depois
da prova fui almoçar com meu
irmão, e todos estavam no restau-
rante assistindo o homem chegar
a lua”.
Tempo depois, já sem esperança,
foi chamado para assumir o cargo
em 1974, na regional de Presidente
Prudente, mas com forte atuação
de Osvaldo Cruz até a “barranca do
rio”, conforme colocação popular.
A partir daí, a dedicação profis-
sional de Alceu se estendeu para
todos os municípios da região. Mas,
o carinho por Adamanti-
na nunca foi deixado de
lado, também havendo
contribuição importante
para o desenvolvimento
do Direito na cidade.
Ao lado de Oldemar
Humberto Marconi,
Alceu fundou a 59ª
subseção da OAB, sendo
vice-presidente nos anos
de 1977 e 78 e, presiden-
te, na segunda gestão.
Ele exerceu a função de
Procurador do Estado
até 1996, quando se
aposentou.

DEDICAÇÃO A FAMÍLIA, E AO
PRÓXIMO
Na entrevista à VOX, Alceu
contou com a companhia do filho José
Luiz, o Cuca, e do neto Thiago – os
dois seguem caminho na advocacia.
Três gerações reunidas para relem-
brar a origem da família, encontro
comum para os Maluf.
Até hoje com forte ligação, eles
sempre estão juntos – na medida do
possível devido a pandemia – para
compartilhar momentos. “Sou muito
família, me sinto bem com os mem-
bros de minha família. E eles corres-
pondem a mim, sempre querem se
reunir”.
Além de Cuca (Advogado), o mais
novo de cinco irmãos, o casal Alceu
e Ignez tem os filhos Silvia Patrícia
(Dentista), Maria Ignez (Dentista),
Silvio César (Procurador de Justiça) e
Alceu Junior (Zootecnista e bacharel

em Direito). As noras e genro são:
Renata (Professora), Heloisa (Dentis-
ta) e Virgílio (Dentista). Os netos são
Marcela (Dentista), Lucas (Publicitá-
rio), Lívia (Dentista), Rodrigo (Eco-
nomista), Guilherme (Estudante de
Engenharia), Fernando (Estudante
de Medicina), Rafael (Estudante de
Engenharia), Thiago (Advogado),
Alceu Neto (Estudante de Medicina),
José Eduardo (Estudante de Direi-
to) e Marina (Ensino Médio). E, os
bisnetos: Rafaela, Fernanda, Isabela
e Cecília. “Os momentos mais felizes
vivi em casa, com a minha família”,
enfatiza o patriarca dos Maluf.

E toda essa dedicação extrapola
as quatro paredes de sua casa, che-
gando ao próximo. Desde a época que
morava em Pacaembu, Alceu sempre
teve forte ligação com a comunidade,
contribuindo de diversas formas
para construção de uma sociedade
melhor. Lá, ele foi um dos fundadores
do Lar dos Velhos e da Santa Casa,
por exemplos.
Já em Adamantina, mesmo com
os compromissos profissionais,
Alceu não deixou de dar sua parcela
de contribuição, participando desde a
vida social da cidade, como presiden-
tes dos clubes de lazer, até na questão
religiosa, sendo um membro ativo da
igreja católica.
“Pessoalmente, familiar e profis-
sionalmente, sou um homem realiza-
do. Nunca tive crises na vida, nem de
dinheiro, nem de amizade... sempre
fui muito feliz a vida inteira. Muitos
amigos, sempre me dei bem com
todos. E, agora, pandemia, temos que

enfrentá-la”, disse.

GOSTOS PESSOAIS
Hoje, Alceu passa o dia em casa,
principalmente nos jardins, local que
gosta de admirar. E, a leitura, conti-
nua fazendo parte da rotina, hábito
criado ainda jovem.
O advogado aposentado também
tem uma paixão pela música clás-
sica e a poesia. Inclusive, durante a
entrevista declamou um verso de um
profundo poema de Júlio Salusse, os
Cisnes: “Um dia um cisne morrerá,
por certo: / Quando chegar esse mo-
mento incerto,/ No lago, onde talvez a
água se tisne, / Que o cisne
vivo, cheio de saudade, /
Nunca mais cante, nem
sozinho nade, / Nem nade
nunca ao lado de outro
cisne!”, conta, em meio as
lágrimas. “É muito lindo”,
completa.
Este poema é um dos
que Alceu declamava
durante um programa de
rádio, na época que morava
em Piracicaba. Escondido
do pai, toda a noite partici-
pava do ‘Tangos e Poesias’
com o heterônimo de Câ-
mara Leal – denominação escolhida
sem nenhum motivo.
Porém, conforme o filho Cuca
recorda, o nome consta no livro do
professor, filósofo e escritor Gabriel
Chalita. Em ‘Memórias de um ho-
mem bom’, o autor procura recontar
através da voz de seu pai a história de
sua família.
“Como consta no livro, quando
os libaneses chegaram ao Brasil, vi-
nham sem registros, sem documento
de alfandega, de visto, e existia um
advogado no Rio de Janeiro que gra-
tuitamente regularizava a situação
dos imigrantes. E o advogado chama-
va Câmara Leal, me chamou muito
atenção essa coincidência”, disse
Cuca, todo orgulhoso da trajetória do
pai. “Temos um nome a zelar, e não
digo pelo sobrenome, mas pela leal-
dade moral que ele tem com as pesso-
as. E, como filhos e netos, passamos
a preservar a sua história. Meu pai é
um homem bom”.

“Pessoalmente, familiar e


profissionalmente, sou um homem


realizado. Nunca tive crises na vida,


nem de dinheiro, nem de amizade...


sempre fui muito feliz a vida inteira.


Muitos amigos, sempre me dei bem


com todos”.

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