REVISTA VOX - ABRIL 2021

(VOX) #1
de La Paz, há as ruínas de Tiwanaku,
importante sítio arqueológico pré-
-inca. Como tudo naquele país essa
região é pouca valorizada, apesar da
sua beleza e importância histórica.
Ao lado das ruínas há um pequeno
povoado e logo ao chegar guias locais,
nascidos e criados por lá, irão ofere-
cer seu trabalho, explicando de uma
maneira interessante tudo o que se
encontra ali em volta.
No Equador é possível conhecer
a feira de Otavalo, considerada uma
jóia cultural andina, a qual indígenas
de todas as regiões próximas, fazendo
um percurso secular, se reúnem nas
ruas da cidade para vender seu arte-
sanato e sua produção. Nesses lugares
se conhece a verdadeira culinária, a

bebida local e os usos e costumes do
povo. Dificilmente se consegue isso
num pacote com hora marcada.
No norte da Argentina, nas regiões
de Salta e Jujuy, pode-se comprar
nas cidades tours que nos levam para
vários vilarejos que mantem viva a
tradição pré-colombiana. Se tiver sorte,
e for no carnaval, pode-se conhecer a
maneira como eles celebram essa festa,
misturando raízes indígenas e cristãs
numa festa local que atrai turistas e
movimenta a economia.
Por toda a Cordilheira dos Andes
há pessoas vendendo seus artesanatos,
suas comidas, suas folhas de coca, e
estimular esse comércio é dar um alen-
to as comunidades isoladas que, além
de viver em situação mais precária,
tentam manter viva e suas tradições.
Numa rápida conversa percebe-se o or-
gulho que eles mantêm do seu passado,
isso muito bem representado em suas
roupas e na língua nativa que muitos
ainda falam.
Em Cuzco, antiga capital do Im-
pério Inca, por toda a região do Vale
Sagrado há comunidades que vivem
do comércio de roupas feitas com lã de
lhama e alpaca, bebidas antigas como a
chicha ou licor de anis, além de um rico
e colorido artesanato. Para os mais abo-
nados há também belos trabalhos feitos
em prata por artesãos locais, utilizando
pedras com significados milenares.
Por todo mundo maia, seja na
Guatemala ou no México, há a opção
de grandes tours, com atendimento
personalizado ou privativo, mas há
também na entrada dessas ruínas
guias locais, com larga experiência
não só nas construções, mas também
na cultura, no folclore e na vida atual,
tudo isso explicado de maneira profis-
sional e bem mais em conta.
Não faltam opções de turismo
consciente e experiências autênticas
na América Latina, na verdade, o
grande diferencial dessa região em re-
lação aos Estados Unidos e Europa, é
o improviso, a negociação e a imersão
cultural. Falta a nós, brasileiros, um
pouquinho mais de atenção e valoriza-
ção aos nossos vizinhos e, caso esteja
aberto a essa experiência, aproveitar
ao máximo e deixar um pouquinho
por lá também.

TURISMO / CULTURA


Airbnb
Nada melhor do que se hos-
pedar na casa de alguém, seja
com a pessoa dentro ou não,
e é isso que esse aplicativo,
uma espécie de Uber das
casas, visa proporcionar. Não se
preocupe, você conversa com o
anfitrião antes, paga no cartão,
tem o suporte do app e lê as
recomendações dos antigos
hóspedes, tudo muito seguro e
transparente.


Ruínas Maias
Existem ruínas Maias mais ba-
daladas, como Tulum e Chichén
Itzá, nessas é mais difícil entrar
com guias locais, más há belas
construções como Palenque e
Copán onde pode-se conseguir
guias na hora e valorizar aque-
les que moram na região.


Salta
Uma boa e barata experiência
na Argentina é conhecer suas
províncias do Norte. Não há o
charme da neve e nem os altos
preços da Patagônia, mas suas
vinícolas e seu visual ocre, com
montanhas coloridas e forte
presença cultural indígena, com
empanadas de carne de lhama
e outras experiências vale por
certo a viagem. A proximidade
com a Bolívia e o Chile também
pode facilitar um roteiro para
mais de um país.


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