“Comecei a costurar um pouco
disso, daquilo, até que falei para
mim que tinha que
arrumar um jeito de ganhar
dinheiro com isso, porque
era a única coisa que gostava
de fazer”, Carina Jardim
muito vivas dessa feira e conta os dias
para as próximas edições é a fundadora
do Jardini Ateliê, Carina Jardim, 22
anos. Apaixonada pela ideia da Ca-
maleão, ela comenta que nunca havia
participado de nenhuma iniciativa
parecida. “Toda edição é como se fosse
a primeira vez”, conta Carina, empol-
gada.
A jovem expositora, engajada com a
moda consciente por meio da reutiliza-
ção e customização de roupas variadas,
método conhecido como upcycling,
vê na feira a deixa ideal para contar às
pessoas a história de cada peça que pro-
duz. Ali encontra mais um espaço para
difundir a informação sobre o papel e
responsabilidade de cada um diante do
meio ambiente. Além disso ela afirma,
categórica, que a Camaleão proporcio-
na reconhecimento de seu trabalho.
Quem vê no pescoço de Carina a
correntinha com pingente de máquina
de costura, logo entende que sua rela-
ção com moldes, alfinetes, tesouras e
looks exclusivos é profunda e coerente
com todo seu discurso.
Costureira vip de suas bonecas
fez as primeiras minipeças à mão.
Depois partiu para customizações
com as próprias roupas e na adoles-
cência economizou para comprar uma
máquina nova. “Comecei a costurar um
pouco disso, daquilo, até que falei para
mim que tinha que arrumar um jeito
de ganhar dinheiro com isso, porque
era a única coisa que gostava de fazer”,
compartilha. Ao mostrar seu trabalho
nas redes sociais sentiu certa insegu-
rança, mas com encomendas chegando
o medo ficou de lado.
Para ela, sua marca de roupas sur-
giu com a missão de reutilizar coisas
que já existem. O planeta agradece.A COZINHA DE MADALENA
Outra entusiasta do coletivo cama-
leônico é a Maria Madalena Ormundo,
55 anos, proprietária da Madalena’s
Kitchen, referência regional em geleias,
conservas e compotas artesanais.
Para essa alquimista da cozinha,
a feira tem o poder de abraçar todas
as expressões artísticas e funcionar
como uma janela, uma porta para a
convivência. “É aberta, e cada edição é
diferente, o público muda. É um pontoABRIL 2021 | REVISTAVOX.COM 45